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Angola: Frente Patriótica Unida é "esperança na alternância política"

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Os partidos da oposição angolana (Unita, Bloco Democrático e PRA-JÁ Servir Angola) formalizaram esta terça-feira, 5 de Outubro, a criação da plataforma Frente Patriótica Unida, um movimento político que pretende fazer frente ao MPLA, partido no poder, nas eleições gerais de 2022.

Adlaberto da Costa Júnior, líder da Unita, durante a apresentação esta terça-feira 5 de Outubro de 2021 da Frente Patriótica Unida, plataforma eleitoral de oposição que pretende vencer o MPLA nas próximas eleições.
Adlaberto da Costa Júnior, líder da Unita, durante a apresentação esta terça-feira 5 de Outubro de 2021 da Frente Patriótica Unida, plataforma eleitoral de oposição que pretende vencer o MPLA nas próximas eleições. © Lusa
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Adalberto da Costa Júnior, líder da Unita, vai estar à frente desta coligação, tendo como coadjuntos Abel Chuvukuvuku, do projecto Pra-Já Servir Angola e Filomeno Vieira Lopes, presidente do Bloco Democrático.

Paulo Faria, analista político, afirma que este movimento político pretende ser uma forma de alternância política em Angola.

"A Frente Patriótica Unida pretende ser uma plataforma política ad hoc, cujo objectivo central é congregar estratégias e efectuar a conjugação de esforços nacionais de patriotas, com vista à concretização da tão esperada alternância política em 2022, ano das eleições gerais", começou por defender o membro da associação angolana de ciência política.

No que diz respeito à coesão desta coligação, só o tempo o poderá ditar, conforme defendeu Paulo Faria. "A coesão desta plataforma vai ser testada com o tempo. Ela acaba de ser lançada. O que nós vemos, enquanto leitores externos deste fenómeno marcante da nossa política doméstica, é a vontade expressa nos três líderes que compõe esta Frente Patriótica, nomeadamente, Adalberto da Costa Júnior, Abel Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes de uma união de propósitos e princípios", salientou.

"Angola completará, em breve, 46 anos da sua independência e os factos dizem que há vigência hegemónica de uma só força política. Mais uma vez, a força da Frente Patriótica Unida reside aqui, em acalentar as esperanças dos angolanos e angolanas que, efectivamente a congregação de visões, princípios e causas reflectidas nesses líderes pode ser concretizada obviamente pela congregação de vontades nacionais. Este é o indicador de que finalmente a alternância poderá acontecer porque estão forças políticas, líderes altamente destacados e convictos, congregados para concretizar um sonho. É um teste para o próprio regime", referiu ainda.

Paulo Faria falou ainda sobre uma notícia veiculada ontem por vários meios de comunicação angolanos que dava conta de que o Tribunal Constitucional de Angola teria votado pela anulação do 13º Congresso da Unita, principal partido da oposição.

"Ontem, quando se anunciou a Frente Patriótica Unida, divulgaram-se extensamente notícias de fontes anónimas, que mereceram um grande protagonismo nos media públicos. A validade desta notícia apenas reside no imaginário das pessoas que têm medo da consolidação da Frente Patriótica. Não houve factos. Daí o comunicado da própria Unita, que tranquilizava os seus membros e também os cidadãos nacionais porque a Unita seria a primeira força a ser notificada pelo Tribunal Constitucional da anulação do congresso. Este é um facto que ainda não se concretizou. Ainda estamos à espera do acórdão", explicou.

Para o analista político, as informações divulgadas ontem são falsas: "O que existe até ao momento, são múrmurios, fake news (notícias falsas) que se vão criando em torno disto, de certo modo para agitar as águas".

O membro da associação angolana de ciência política teceu ainda duras críticas ao Tribunal Constitucional: "O Tribunal Constitucional que tem o ónus da defesa da supremacia da Constituição é então instrumentalizado à mercê de vontades temporárias, efémeras, anti-patrióticas por parte de um partido político que se mantém no poder e quer, de facto, alongar a sua existência no poder. É um dos sinais perigosos para a nossa estabilidade nacional, se se efectivar a anulação do congresso da Unita", rematou.

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