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"Prisão Política" relata o último acto de resistência contra o regime dos Santos

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O jornalista angolano Sedrick de Carvalho vai lançar este domingo o seu mais recente livro "Prisão Política". A publicação relata a resistência e persistência dos activistas angolanos que juntos enfrentaram o regime de José Eduardo dos Santos. "No final eles ganharam porque nos privaram das nossas liberdades", descreve Sedrick de Carvalho.

Livro "prisão política"
Livro "prisão política" © Elivulu Editora
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"Entrámos num processo em que, pela primeira vez, o regime angolano se viu desgastado e criticado, principalmente a nível internacional. No final eles ganharam porque nos privaram das nossas liberdades", descreve Sedrick de Carvalho.

O jornalista angolano fazia parte de um grupo de estudos sobre o livro "Da Ditadura à Democracia". Sedrick de Carvalho e outras catorze pessoas foram presas em Junho de 2015, acusados de tentativa de golpe de Estado.

No dia 3 de Março de 2016, o jornalista angolano Sedrick de Carvalho começou a redigir relatos sobre o processo 15+2. "O livro demorou a ser editado porque foi difícil ser escrito na primeira pessoas e fui fazendo esforços. É um livro que relata tudo o que passamos desde a detenção até à libertação. O livro demorou a ser editado pela dificuldade que foi reviver todas as coisas pelas quais passamos", lembra Sedrick de Carvalho.

"Sobrevivemos ao processo 15+2 com um esforço enorme. As maiores vítimas do processo 15+2 fomos nós porque tivemos de recuperar as nossas vidas", explica.

"Escrever e exprimir-se é sempre um exercício de liberdade para quem o faz e não é bem entendido por quem o lê. Escrevi-o porque há poucas pessoas interessadas em narrar este processo político e judicial em Angola", aponta o jornalista.

"Fala-se muito em perdão, mas muitos processos desde 2012 foram esquecidos. O governo angolano prefere não considerar todas as mortes, detenções arbitrárias ou encerramento de jornais como actos de intolerância políticas. Tenho algumas reticências de que este livro possa ter consequências", descreve

"Ao folhear a última página, fiquei com o sentimento de ter assistido ao braço de ferro entre duas forças: uma que se agarra a privilégios de um passado sem futuro nem sabedoria; a outra que nos lembra que as acções de hoje terão um impacto nas próximas sete gerações, como nos ensinam os kotas da confederação Haudenosaunee (a casa comunitária) há uns quatro séculos", descreve no prefácio Carlos Taveira, preso político na segunda metade dos anos 70.

A obra pode ser encomendada no site autores.club em Portugal, com entregas a partir deste domingo, 20 de Junho.   

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