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RCA em eleições gerais apesar da violência e apelos ao adiamento

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A República centro-africana foi hoje a votos para eleições gerais com o chefe de Estado cessante, Faustin Archange Touadéra dado como favorito para o escrutínio presidencial.E isto não obstante os apelos de adiamento de movimentos rebeldes que se coligaram ou da oposição, nomeadamente do ex presidente François Bozizé.Vladimir Monteiro é porta-voz da MINUSCA, a força das Nações Unidas na RCA, ele admite problemas de segurança e logísticos no terreno, mas alega que os eleitores terão aderido ao processo e à votação. 

Eleitores aguardam para votar em Bangui, a 27 de Dezembro de  2020.
Eleitores aguardam para votar em Bangui, a 27 de Dezembro de 2020. © RFI / Charlotte Cosset
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RFI: É o dia -D-, houve de novo apelos ao boicote. Quais são as informações que tem acerca do desenrolar da votação: se ela tem estado a decorrer de forma ordeira ? Como é que estão as coisas ? 

Vladimir Monteiro: A situação em Bangui é uma situação, digamos, normal, alguns problemas, mas problemas de ordem técnica. Nomeadamente o atraso na abertura dos centros de voto. O que faz com que as pessoas estão a apresentar-se com entusiasmo e determinação para votar.

Já nalgumas zonas do interior, nomeadamente na parte Leste, mas também em Bambari, em Bria houve tiros por parte desses grupos armados, dos elementos armados. 

Houve tentativas de intimidação e houve inclusive o apelo do antigo presidente, François Bozizé ! 

Ele apelou a que não se votasse, é isso ?!

Apelou para que não se votasse, ou seja na mesma linha do que aquilo que ele tem feito até agora. Ou seja impedir o processo eleitoral ! Mas as pessoas estão a ir votar.

Também do interior temos informações de que há dificuldades, reconhecemos isso ! Mas tentamos dar uma resposta, tanto do ponto de vista logístico, porque houve material destruído, mas também do ponto de vista de segurança, com a multiplicação das patrulhas em Bangui e no interior do país, em apoio às forças de defesa e segurança da República centro-africana.

E os capacetes azuis estão, então, completamente mobilizados, um pouco por todo o país, para tentar viabilizar este processo ?

Completamente ! Estão completamente mobilizados, há uma tentativa de desestabilizar a população, as nossas forças em termos de comunicação. Com imagens dos capacetes azuis das Nações Unidas que perderam a vida anteontem, mas estamos determinados em apoiar o povo centro-africano. Aliás o povo centro-africano e a resposta desse povo foi clara ! Estão a votar, apesar das ameaças do antigo presidente e dos grupos armados que fazem parte da sua aliança.

Mas com tantos apelos ao adiamento da parte desses movimentos rebeldes e de sectores da oposição não se teme que este resultado que venha a ser anunciado venha a ter problemas de legitimidade, de aceitação por parte dos demais componentes do xadrez político centro-africano ?

Apenas duas regiões admnistrativas, num total de dezasseis, estão a conhecer problemas reais. Ou seja em quatorze outras regiões as coisas estão a correr de maneira quase que normal. Portanto não há esse risco que evocou agora.

Há quem diga que os movimentos rebeldes estariam a ocupar uma parte muito substancial do território. Tem-se noção de quanto é que é isso ? Ouvi falar, por exemplo, em dois terços. É um número que lhe parece verosímil ?

Eles, na sequência da aliança lançaram uma série de ataques em várias localidades do país e juntaram as forças, ou seja você tem os "Anti Balakas", você tem os ex "Sélékas" do MPC, do FPRC,  do MPC e, é verdade, que estão a criar alguma instabilidade em localidades identificadas, mas não há ocupação da maior parte do território onde as Nações Unidas e as autoridades estão presentes."

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