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Ciência

Culturas em Portugal “irremediavelmente perdidas” devido à seca extrema

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A seca extrema e severa chegou a quase 90% do território de Portugal, com muitas culturas, nomeadamente as culturas de cereais, a estarem "irremediavelmente perdidas". No entanto, Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal, considera que ainda podem ser tomadas medidas para reverter uma parte das consequências deste fenómeno ligado às alterações climáticas.

A cultura de certos cereais em Portugal está irremediavelmente perdida devido à falta de água no país.
A cultura de certos cereais em Portugal está irremediavelmente perdida devido à falta de água no país. © Reuters
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Em Portugal, grande parte do país está em seca extrema. Um fenómeno ligado às alterações climáticas, mas que se tornou recorrente em todo a Península Ibérica nos últimos anos.

Luís Mira, secretário-geral da secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal, considera que as autoridades nacionais já deviam ter feito mais para evitar esta situação extrema no país, que associada às dificuldades da escassez de cereais e os preços dos combustíveis derivados do conflito na Ucrânia, vêm agravar a situação dos agricultores e dos consumidores na Europa.

"Portugal precisa de encarar a questão da seca como uma questão estrutural que precisa resolver, mas não foi isso que o Governo fez quando tomou decisões para o Plano de Resiliência. É preciso trazer água de onde ela existe, no Norte do país, para todo o interior do país criando uma auto-estrada da água de maneira a minimizar este fenómeno", explicou Luís Mira em entrevista à RFI.

Alguma das culturas em Portugal já estão mesmo irremediavelmente perdidas, disse o líder dos agricultores em entrevista à RFI.

"Reverter [a seca] não é possível. Agora é possível atenuar alguma coisa se chover nas próximas semanas, mas não deve chover muito. Para chover é em março e abril, se chover em junho vai estragar tudo. Mas aqueles que tiveram prejuízos e têm limitações, nomeadamente nas culturas de cereais que não tiveram água nos últimos meses já dificilmente recuperarão. Alguma estão irremediavelmente perdidas", afirmou o dirigente.

Luís Mira espera agora medidas mais rápidas por parte das autoridades portuguesas e de Bruxelas para contrariar a seca extrema em Portugal, pedindo alterações Política Agrícola Comum, a PAC, de forma a garantir a segurança alimentar na Europa.

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