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Ciência

Omicron: "temos que estar mais preocupados com os grupos de maior risco"

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A pandemia de covid-19 não conheceu tréguas durante os festejos do começo deste novo ano e na semana passada foi ultrapassado o patamar dos 300 milhões de casos e mais de 5 milhões de mortos pelo mundo fora desde a identificação do vírus em finais de 2019.

Desde a semana passada, o número de casos de Omicron tem estado a diminuir na África do Sul, país onde esta variante da covid-19 foi identificada pela primeira vez em novembro do ano passado.
Desde a semana passada, o número de casos de Omicron tem estado a diminuir na África do Sul, país onde esta variante da covid-19 foi identificada pela primeira vez em novembro do ano passado. Lionel BONAVENTURE AFP/File
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Esta doença que conheceu diversas mutações estaria actualmente a dar sinais de algum abrandamento. Depois de ter conhecido uma fase bastante agressiva nomeadamente com a variante Delta no ano passado, predomina agora a variante Omicron que foi identificada em primeira mão na África do Sul em Novembro do ano passado.

De acordo com os diversos estudos entretanto efectuados sobre esta estirpe, a variante Omicron é muito mais contagiosa do que as anteriores mas menos virulenta na larga maioria dos casos, o que leva a uma situação paradoxal: embora seja tida como menos grave, esta nova variante não deixou de exercer pressão sobre sistemas de saúde subdimensionados perante números nunca antes atingidos de infecções.

A título de exemplo, aqui em França onde a variante Omicron é maioritária ultrapassou-se os 300 mil casos e um número de óbitos oscilando entre 100 e 200 em 24 horas na semana passada. Neste contexto, as autoridades têm apostado fortemente no reforço da campanha de vacinação e no rastreio sistemático, tendo sido registados só na semana passada mais de 11 milhões de testes em França.

Este figurino ao qual estão confrontados vários outros países leva a questionamentos sobre a pertinência da testagem sistemática face a uma variante menos agressiva, tanto mais que noutras partes do mundo, nomeadamente na África do Sul, o número de casos parece estar a diminuir ao ponto que algumas vozes mais optimistas acreditam que estaríamos perto do fim da pandemia.

Em entrevista à RFI, Vítor Laerte Júnior, infecciologista ligado ao Hospital de Setúbal em Portugal, analisou connosco os questionamentos colocados pela variante Omicron.

Ao considerar que perante as contaminações galopantes provocadas pela variante Omicron "é impossível e não se justifica" manter o rastreio sistemático da população, o estudioso considera que "talvez estejamos naquela fase em que tenhamos que estar mais preocupados com aqueles grupos de maior risco" e que "nesses casos é interessante manter o teste nessas pessoas".

Questionado sobre as medidas visando impor a vacinação inclusivamente aos mais cépticos, o infecciologista considera que "a vacina, como política de saúde pública, não deve ser obrigatória", Vítor Laerte Júnior preconizando um prisma mais pedagógico. "Esta política é um tiro no pé, vai acabar gerando mais raiva, mais movimentos contrários. Eu acho que tem de ser uma situação de convencimento", refere.

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