Acesso ao principal conteúdo
Ciência

Maçarico "numenius phaeopus" voa da Islândia à Guiné-Bissau sem descansar, comer ou beber

Publicado a:

O "maçarico-galego" nome por que é conhecido em Portugal ou "numenius phaeopus" seu nome científico, é uma ave limícola que pesa 350 gramas e na sua migração anual voa da Islândia até ao arquipélago de Bijagós, percorrendo mais de 5.500 kms em 5 dias e 5 noites e outros tantos no regresso, sem descansar, comer e beber.  As respostas com o biólogo português da Universidade de Aveiro, José Alves, que efectuou este estudo em parceira, com a Islândia, a União Africana e o Instituto de Biodiversidade e Áreas protegidas da Guiné-Bissau. 

Biólogo português José Alves, com um maçarico galego ou "numenius phaeopus", co-autor de um estudo que prova que esta ave limícola voa da Islândia até ao arquipélago de Bijagós, 5.500 kms e outros tantos no regresso, sem descansar, comer ou beber.
Biólogo português José Alves, com um maçarico galego ou "numenius phaeopus", co-autor de um estudo que prova que esta ave limícola voa da Islândia até ao arquipélago de Bijagós, 5.500 kms e outros tantos no regresso, sem descansar, comer ou beber. © Facebook José Alves
Publicidade

O "maçarico-galego" nome por que é conhecido em Portugal ou "numenius phaeopus" seu nome científico, é uma ave da categoria das limícolas, que pesa 350 gramas e voa na sua migração anual da Islândia (área de repodução, onde passa 3 meses) até ao arquipélago de Bijagós, na Guiné-Bissau (onde permanece de 7 a 8 meses) percorrendo mais de 5.500 kms em 5 dias e 5 noites e outros tantos no regresso, com velocidades entre 65 e 85 kms/hora, sem descansar, comer ou beber.

Amigração destas aves foi captada graças a geolocalizadores miniaturizados de 1 grama, colocados numa anilha das patas das aves e René Tavares foi o co-autor dos artigos sobre este tema, publicados em 2016 na revista científica Scientific Report e em 2019 na Nature.

Tal resulta em parte das alteraçoes climàticas, que levaram o Ártico a entrar num novo estado ecológico e provocaram alterações na dinâmica espácio-temporal dos animais que habitam esse espaço, mas talvez também e provavelmente devido à biodiversidade e ao habitat do arquipélago de Bijagós, classificado em 1996 pela UNESCO Reserva Mundial da Bioesfera.

Este estudo cingiu-se a 10 aves, um universo que tem que ser alargado para os resultados serem conclusivos e foi alargado a outros paises da África Ocidental além da Guiné-Bissau, como a Mauritânia, Gâmbia e Senegal.

A equipa de José Alves já se deslocou várias vezes à Guiné-Bissau para completar este estudo e abranger novas espécies em declineo, dado que as 88 ilhas do arquipélago de Bijagós, das quais apenas 23 são habitadas, servem de abrigo a mais de um milhão de aves, que durante o inverno deixam a Europa, mas tudo foi interrompido com a proibição de voos devido à pandemia da Covid-19.

Como foi feito este estudo e como é possível esta economia de energia, foi o que começamos por perguntar ao biólogo português da Universidade de Aveiro, José Alves, que efectuou este estudo em parceira, com a Islândia, a União Africana e o Instituto de Biodiversidade e Áreas protegidas da Guiné-Bissau - IBAP.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Ver os demais episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.