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Andebol Feminino

Jéssica Ferreira: «Merecemos alcançar o apuramento para o Europeu de andebol feminino»

Portugal recebe os Países Baixos a 4 de Abril e desloca-se à República Checa a 7 de Abril nas duas últimas jornadas da fase de grupos de apuramento para o Campeonato da Europa de andebol feminino. Na classificação, as portuguesas ocupam o terceiro lugar com quatro pontos, em igualdade pontual com as checas que estão na segunda posição, e a quatro pontos das neerlandesas.

Jéssica Ferreira, internacional portuguesa.
Jéssica Ferreira, internacional portuguesa. © Cortesia HBCAM 63
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A selecção portuguesa de andebol feminino ocupa actualmente o terceiro lugar no Grupo 3 de apuramento para o Campeonato da Europa que vai decorrer de 28 de Novembro a 15 de Dezembro.

As portuguesas precisam de terminar nos dois primeiros lugares para assegurar um apuramento directo ou ser uma das quatro melhores terceiras para carimbarem o passaporte para o Europeu.

Nas quatro primeiras jornadas, a selecção portuguesa venceu por duas vezes a Finlândia, por 28-21 e por 38-22, e sofreu duas derrotas por 26-30 perante a República Checa e por 27-38 frente aos Países Baixos.

Portugal tem de vencer um dos dois últimos jogos para tentar alcançar o segundo lugar ou ter a certeza de ser um dos melhores terceiros.

Jéssica Ferreira, internacional portuguesa.
Jéssica Ferreira, internacional portuguesa. © Cortesia HBCAM 63

Em entrevista à RFI, Jéssica Ferreira, guarda-redes lusa que actua no Clermont (ndr: Handball Clermont Auvergne Métropole 63), clube da segunda divisão francesa, admitiu que as adversárias são fortes, mas assegurou que a selecção portuguesa quer triunfar para alcançar um apuramento inédito para o Europeu.

RFI: A selecção portuguesa está tão perto desse Europeu? A apenas uma vitória…

Jéssica Ferreira:Pode não ser uma vitória, mas nós claro que queremos ganhar. Nós, contra a República Checa, em casa, estávamos a ganhar por dois a 15 minutos do fim e depois acabámos por perder o jogo. Mas sim, neste momento somos o segundo melhor terceiro, portanto, se terminar agora nós estamos qualificadas. Mas lá está, é uma coisa que todas nós procuramos há anos. Eu, já estou na selecção há 11 anos, comecei muito jovem, nunca consegui e sempre faltava alguma coisa. Agora temos tido mais estabilidade. O treinador mudou, a estrutura mudou e, portanto, estamos a conseguir fazer coisas bonitas também. Acho que temos jogado bonito e antes não era isso que acontecia. Portanto é continuar.

RFI: Vai haver uma certa pressão em relação a esse apuramento?

Jéssica Ferreira: Creio que sim, mas acho que estamos tranquilas porque sabemos que é uma coisa que nós merecemos e acho que vamos calmas porque também vamos jogar contra equipas fortes. São equipas que vão disputar o torneio pré-olímpico, portanto sabemos que vamos jogar contra equipas fortes, mas queremos ganhar o jogo. Queremos ganhar o jogo, mesmo que seja com equipas assim. Claro que queremos ganhar. Se ganharmos, já estamos qualificadas, portanto é isso que vamos à procura.

RFI: Esses dois jogos frente à Finlândia deram também confiança à equipa?

Jéssica Ferreira: O primeiro jogo acho que entrámos muito nervosas e não fizemos um bom jogo, na minha opinião. Mas o segundo jogo, lá, foi a confirmação que nós temos qualidade para jogar de forma estável e o que se tem passado na selecção é que conseguimos rodar muito a equipa. Antigamente não conseguíamos rodar e por isso é que, se calhar, aguentávamos 40 minutos, mais ou menos, e chegávamos a uma altura quebrávamos e depois levávamos 10 ou 20 golos. Nestes últimos tempos não tem acontecido. Temos vindo a trabalhar dessa forma. Também temos tido algumas lesões. Mas tem havido essa rotação e a experiência que cada uma tem vindo a ter nas suas equipas, na selecção, tem ajudado a que se encontre uma estabilidade.

RFI: Em relação a esta temporada com o Clermont, como é que tem sido?

Jéssica Ferreira: Esta temporada tem sido dura, como todas as outras em Clermont, mas temos tido alguma instabilidade interna. Tivemos a saída da Beatriz, que foi para o Toulon, na primeira divisão francesa. Entretanto fomos buscar a Mathilde, que é uma jogadora que vem do Centro de Formação do Besançon. Mas pronto tivemos muita estabilidade, sobretudo de Janeiro até agora e agora estamos a acalmar um bocadinho mais. Por isso é que também temos tido assim alguns resultados um pouco instáveis, diria, mas quando conseguimos jogar como nós sabemos jogar, nós conseguimos ganhar os jogos.

RFI: Apesar da instabilidade, o Clermont está no quarto lugar, quer dizer sempre no topo da classificação?

Jéssica Ferreira: Sim exactamente, porque lá está, acho que as que estão cá há mais tempo já têm a filosofia do jogo e a filosofia da treinadora. Portanto, é isso, quando estamos dentro de campo, tentamos sempre puxar a equipa, mesmo se nem sempre dá.

RFI: Em relação à Jéssica, como tem sido esta temporada?

Jéssica Ferreira: Acho que sinceramente tem sido boa. Eu tenho feito uma das melhores épocas aqui em França. Em termos de estatísticas, estou no topo da eficácia das guarda redes, portanto está a correr bem. Nos momentos decisivos tenho estado lá e é isso que o guarda-redes tem que ser, tem que ser decisivo quando importa. É isso que eu tenho tentado procurar e, acima de tudo, aumentar também a eficácia.

RFI: A melhor temporada da Jéssica?

Jéssica Ferreira: Não sei. Esta é a minha sexta época. Se não é a melhor, eu diria a segunda melhor.

RFI: O que é que se pode desejar até ao fim da temporada para a Jéssica?

Jéssica Ferreira: Zero lesões é o mais importante. Aqui no clube, gostaríamos de terminar no top quatro, talvez três. Eu acho que é possível chegar lá e talvez o top-2. Mas isso já depende de outras pessoas. Na selecção é qualificar-se e acho que seria uma óptima temporada.

 

04:27

Jéssica Ferreira, internacional portuguesa 22-03-2024

 

Jéssica Ferreira, Cristiana Morgado e Joana Resende, ambas jogadoras do Clermont.
Jéssica Ferreira, Cristiana Morgado e Joana Resende, ambas jogadoras do Clermont. © Cortesia HBCAM 63

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