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Putin prepara-se para quinto mandato nas presidenciais na Rússia

Entre esta sexta-feira e domingo, a Rússia realiza eleições presidenciais em que é esperada a recondução de Vladimir Putin para um quinto mandato até 2030. O escrutínio acontece sem oposição independente, com perseguição aos opositores políticos, com controlo de informação e o espectro da manipulação eleitoral.

Vladimir Putin, Presidente da Rússia. Moscovo, 12 de Março de 2024.
Vladimir Putin, Presidente da Rússia. Moscovo, 12 de Março de 2024. AP - Gavriil Grigorov
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São umas eleições presidenciais em que não são esperadas surpresas e que acontecem um mês depois da morte de d'Alexeï Navalny, o principal opositor de Vladimir Putin. Sem oposição independente, com perseguição aos opositores políticos e com controlo de informação, é  esperada a recondução de Putin para um quinto mandato até 2030. 

Além de Vladimir Putin, de 71 anos e há 24 anos no poder, para estas eleições foram apenas autorizadas candidaturas consideradas como amigáveis em relação à presidência: Nikolai Kharitonov, do Partido Comunista, Leonid Slutsky, do nacionalista Partido Liberal Democrata, e Vladislav Davankov, do Novo Partido Popular. Estes candidatos não se opõem à ofensiva na Ucrânia, nem à repressão aos opositores. O único opositor que se tentou candidatar, Boris Nadejdine, viu a sua candidatura rejeitada e qualquer crítica à invasão russa à Ucrânia é passível de pesadas penas de prisão.

As autoridades russas não toleram críticas desde o início da ofensiva na Ucrânia, em Fevereiro de 2022. Os principais opositores estão no exílio ou na prisão, tal como milhares de pessoas anónimas, e muitos temem ver outros morrerem atrás das grades, como Alexeï Navalny.

Ainda assim, algumas vozes discordantes não se calam. Ioulia Navalnaïa, a viúva de d'Alexeï Navalny - que prometeu continuar o combate do marido que morreu na prisão, a 16 de Fevereiro - pediu aos russos para protestarem votando em qualquer candidato excepto em Putin. Ioulia Navalnaïa também apelou para que os apoiantes da oposição se desloquem à mesma hora às mesas de voto, no domingo ao meio-dia.

A vitória de Vladimir Putin vai-lhe permitir permanecer no poder até 2030 e depois concorrer novamente para se manter no cargo até 2036, ano em que fará 84 anos. Foi, nesse sentido, que ele mandou reformar a Constituição em 2020.

De acordo com a Comissão Eleitoral Central, 112,3 milhões de eleitores são chamados a votar entre hoje e domingo na Rússia e também nas regiões ocupadas na Ucrânia e na península ucraniana da Crimeia anexada, a que se somam 1,9 milhões de pessoas no estrangeiro.

Na rede social X, o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, já "felicitou", ironicamente, Putin "pela sua vitória esmagadora nas eleições que começam hoje", acrescentando: "Sem oposição. Sem liberdade. Sem escolha".

Os Estados Unidos também criticaram estas eleições, falando em “eleições falsas organizadas nos territórios ucranianos ocupados” pelo exército russo.

A diplomacia ucraniana apelou à comunidade internacional para rejeitar o resultado desta votação, que descreve como uma “farsa”.

Em 2018, Putin venceu na primeira volta com 77,7% dos votos, deixando a larga distância os outros candidatos. Na altura, observadores e eleitores relataram casos de enchimento de urnas, de votações forçadas e de controlo da informação nos meios de comunicação.

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