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Faixa de Gaza

Faixa de Gaza: Exército israelita destrói túnel onde Hamas escondia reféns

O exército de Israel destruiu um túnel em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, onde podem ter estado reféns detidos pelo grupo islamita Hamas, anunciaram este domingo as forças armadas israelitas. À tensão diplomática somam-se ataques noutras frentes deste conflito no Médio Oriente.

As forças israelitas bombardearam este domingo os arredores da cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
As forças israelitas bombardearam este domingo os arredores da cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. AFP - -
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No sul da Faixa de Gaza, os militares israelitas afirmam ter eliminado “terroristas”, sem avançar números, com recurso a apoio aéreo. "Os soldados da 98.ª divisão destruíram um túnel subterrâneo em Khan Younis, onde tinham sido encontrados reféns", o túnel tinha "830 metros de comprimento e 20 metros de profundidade", avançou um porta-voz militar, numa altura em que a ofensiva do exército no enclave palestiniano prossegue no 107.º dia de guerra.

O acesso ao túnel "estava armadilhado, tinha obstáculos, explosivos, portas de correr e portas blindadas no interior", descreveu o porta-voz. Quando os soldados israelitas entraram pelo túnel, "encontraram terroristas", que terão confrontado e "eliminado", enquanto os reféns já tinham sido transferidos para outro local.

O exército detalhou ainda que na rede subterrânea havia "uma sala central onde os reféns eram mantidos, bem como cinco celas com grades", os pontos onde as tropas descobriram indícios de que “havia reféns, informações de inteligência e armadilhas da organização terrorista Hamas".

À tensão diplomática somam-se ataques noutras frentes deste conflito no Médio Oriente. Esta manhã, cinco membros da Guarda Revolucionária Iraniana morreram num ataque à capital da Síria. O Irão já condenou este ataque, denunciando uma "tentativa desesperada de espalhar a instabilidade na região".

O Ministério dos Negócio Estrangeiros do Irão diz que o ataque à Síria é uma “tentativa desesperada de espalhar a instabilidade na região” por parte de Israel e condenou-o. 

Numa altura em que Israel concentra as suas operações no sul da Faixa de Gaza, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou as afirmações do Presidente norte-americano, Joe Biden, sobre uma saída de crise por via da criação de dois Estados. O primeiro-ministro israelita contesta uma solução de dois Estados, não quer reconhecer um Estado da Palestina. Benjamin Netanyahu responde às recomendações de responsáveis norte-americanos de que o futuro pós-guerra passaria por um acordo de paz entre Israel e a Arábia Saudita e pela criação de um Estado palestiniano.

Em reacção, o secretário-geral das Nações Unidas afirmou este domingo ser "absolutamente inaceitável" resistir à criação de um Estado palestiniano. "É desolador e absolutamente inaceitável. O Médio Oriente é uma caixa de pólvora, temos de fazer tudo o que pudermos para evitar o conflito se inflame em toda a região", defendeu António Guterres, na cimeira do G77/China na capital do Uganda.

António Guterres culpou Israel pelas mortes “de partir o coração” de civis palestinianos na Faixa de Gaza. "As operações militares de Israel espalharam a destruição em massa e mataram civis numa escala sem precedentes durante o meu mandato como secretário-geral", concluiu.

O movimento islamita Hamas rejeitou os comentários do Presidente norte-americano sobre a possibilidade da criação de um Estado palestiniano, descrevendo-os como uma "ilusão" que "não engana" os palestinianos.

"A ilusão de que Biden está a pregar a favor de um Estado da Palestina (...) não engana o nosso povo", reagiu Izzat al-Richiq, membro do gabinete político do grupo islamita.

Cerca de 178 palestinianos morreram na sequência de ataques israelitas nas últimas 24 horas, avança o Ministério da Saúde de Gaza. Outras 293 pessoas ficaram feridas. A guerra em Gaza já causou perto de 25.000 mortos e a ONU afirma que pelo menos um quarto da população está privada de alimentos.

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