Novos bombardeamentos na Faixa de Gaza fazem cerca de 80 mortos
Os combates continuam na Faixa de Gaza, mais de três meses depois do início da guerra entre o Hamas e Israel. Esta sexta-feira, cerca de 80 pessoas morreram, na sequência de bombardeamentos israelitas, sobretudo no sul do território.
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Nas últimas horas, o epicentro da guerra na Faixa de Gaza tem sido a cidade de Khan Younes, no sul do território. De acordo com o Hamas, 77 palestinianos morreram nos bombardeamentos israelitas às primeiras horas desta sexta-feira, nomeadamente em Khan Younès. O exército israelita deu conta, também, de combates e bombardeamentos no norte de Gaza, enquanto o Hamas relatou combates no campo de refugiados de Jabaliya e na cidade de Gaza.
Os bombardeamentos incessantes na Faixa de Gaza levaram 80% da população a fugir para o extremo sul do território. Os ataques arrasaram bairros inteiros, destruíram mais de metade dos hospitais do território e causaram uma grande crise humanitária. O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, falou em “condições de vida desumanas” em Gaza.
Tanto é que “não existe possibilidade de os palestinianos fugirem para lado nenhum”, como sublinha a investigadora Diana Soller. “Eu acredito que Israel tem, de facto, responsabilidades, não tem o direito de disparar sobre tudo o que mexe, mas está numa situação muito complicada porque está a actuar numa zona densamente populacional onde não existe possibilidade - isto é uma coisa completamente nova nos conflitos – de os palestinianos fugirem para lado nenhum. Quer dizer, nós nunca vimos isto, não há nenhuma guerra que não tenha refugiados de guerra. Mesmo guerras contra o terrorismo, as pessoas podiam fugir. Aqui não podem.”
Porém, a investigadora portuguesa alerta que há “um actor desestabilizador que é o Irão que está relacionado com todos os conflitos que estão a despontar à volta do Médio Oriente e, no fundo, estamos com os nossos olhos postos em Israel, como se nada mais estivesse a acontecer e a repetir acriticamente aquilo que o Hamas relata".
O conflito de Gaza tornou-se numa guerra regional. Esta sexta-feira, os hutis reivindicaram novo ataque contra um petroleiro americano, um dia depois de os Estados Unidos terem realizado o quarto bombardeamento de posições hutis no Iémen. Também esta semana, o Paquistão atacou alvos no Irão, depois de Teerão ter atingido alvos na Síria, no Iraque e no Paquistão.
Na Faixa de Gaza, o Hamas fala em 24.620 mortos desde 8 de Outubro, na sua maioria crianças e mulheres, e 61.830 feridos. A guerra foi provocada pelo ataque do Hamas, a 7 de Outubro, no sul de Israel, que fez 1140 mortos, na maioria civis.
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