Gaza: feridos e pacientes do hospital Al-Shifa obrigados a retirar-se
Em Gaza, centenas de pessoas deslocam-se a 18 de Novembro a pé rumo ao sul da Faixa de Gaza, fugindo do hospital Al-Shifa, o maior do território palestiniano e onde se encontravam mais de 2 000 pacientes, médicos e deslocados. O exército israelita tomou o controlo do estabelecimento e ordenou a retirada da população que aí sobrevivia.
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Centenas de pessoas partiram hoje do hospital Al-Shifa, cercado e controlado há vários dias pelo exército israelita. Os bebés prematuros e 120 feridos não puderam ser retirados do hospital, segundo o Ministério da Saúde do Hamas e alguns médicos permaneceram no local para cuidar desses pacientes, como explicaram responsáveis do estabelecimento a jornalistas da agência France-Presse (AFP).
Lá fora, filas de deslocados, médicos, doentes e feridos, alguns amputados, outros muito fracos, caminhavam pela estrada Salah al-Dine rumo ao sul da Faixa de Gaza, num corredor terrestre aberto pelo exército israelita.
É nesta zona, no sul da Faixa de Gaza, que o Tsahal (o exército de Israel) pretende recolocar os 1,1 milhões de habitantes do norte do pequeno território palestiniano, onde se concentram, até agora, os combates terrestres contra o Hamas.
Um jornalista da AFP conta ter visto pelo menos 15 corpos ao longo da caminhada de desolocados, alguns em decomposição avançada e, ainda segundo o repórter, nenhuma ambulância foi utilizada nesta retirada, devido à falta de combustível, que já não entra no território palestiniano desde o início da guerra.
Nos últimos dias, durante o ataque ao hospital Al-Shifa, os soldados israelitas terão destruído com explosivos vários serviços, incluíndo o departamento de cirurgia.
Segundo a ONU, antes desta retirada encontravam-se cerca de 2 300 pacientes, médicos e deslocados no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. Israel garante que o Hamas utiliza este estabelecimento como base militar, o que movimento islamista desmente.
A 50 quilómetros a norte, na Cisjordânia, outro território palestiniano ocupado, morreram cerca de 260 palestinianos desde o ataque do Hamas a 7 de Outubro, segundo dados das autoridades palestinianas mas também de Organizações Não Governamentais, incluindo organizações israelitas como a B'Tselem, que avançou que na Cisjordânia, "o exército e os colonos israelitas estão a disparar contra palestinianos de forma inédita".
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