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Israel

População na Cisjordânia "com medo" que a violência piore

Na Cisjordania, três palestinianos foram hoje abatidos pelas forças israelitas durante uma manifestação de apoio à população em Gaza. Em entrevista à RFI, Mustafa, advogado brasileiro instalado há vários anos junto a Ramallah, descreve o ambiente na cidade e acusa o Governo de Israel de não respeitar os acordos de Paz e convenções internacionais.

Os habitantes da Cisjordânia estão preocupados com a situação actual do conflito entre Israel e a Palestina.
Os habitantes da Cisjordânia estão preocupados com a situação actual do conflito entre Israel e a Palestina. AP - Mahmoud Illean
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Desde o início da semana, as forças palestinianas já mataram mais de 30 pessoas na Cisjordânia e, entre alguns, alguns foram mortos por colonos israelitas que mantém uma grande proximidade às populações muçulmanas. Em Ramallah, Mustafa, advogado brasileiro instalado há quase duas décadas nesta cidade, conta que os colonos estão cada vez mais bem armados, fazendo com que a população prefira ficar em casa.

"A situação é muito preocupante, porque anteontem, ontem e hoje as cidades e as estradas estão vazias. Ninguém vai trabalhar, ninguém vai para a escola, falo da Cisjordânia. E a coisa vai piorar porque o o Governo israelita está a dar armas aos colonos, são 950 mil que vivem em assentamentos considerados ilegais pelas resoluções da ONU, para tentarem ver se a violência aumenta", afirmou em entrevista à RFI.

Mustafa lembrou que desde o início do ano o enclave muçulmano da Cisjordânia já teve 200 mortes causadas por israelitas e que as invasões da Mesquita Al-Aqsa, o terceiro lugar de culto mais importante para os muçulmanos, são constantes. Para este habitante da Cisjordânia, a culpa dos acontecimento e da violência levada a cabo pelo Hamas é do Governo israelita que não tem respeitado os acordos internacionais para a paz nesta região.

"O Governo israelita é governado pela extrema-direita e não quer saber de acordos de paz, não coloca nada em prática, não respeita resoluções da ONU e, por isso, é que surgem grupos como o Hamas, que se querem defender", declarou.

Mesmo vivendo "com medo", Mustafa considera que a autoridade palestiniana que gere a Cisjordânia, liderada por Mahmoud Abbas, tem agido pacificamente, e que em Gaza há 16 anos que a população é obrigada a viver em 45 quilometros quadrados, com um controlo constante.

"A autoridade palestiniana aqui na Cisjordânia é pacífica, o que aconteceu com a violência em Gaza é o cerco de 16 anos, proibindo as pessoas de ir e vir, de todos os direitos, incluindo viajar. Eu estou preocupado, estou com medo. Temos assentamentos a um quilómetro de Ramallah onde vivem colonos muito bem armados", concluiu.

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