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#Ciência

Bactéria marinha para regenerar tecido ósseo leva Portugal a concurso europeu

Um projecto que usa uma bactéria marinha para regenerar tecido ósseo vai levar uma jovem equipa portuguesa a um concurso de ciência, na próxima semana, em Bruxelas. A competição europeia é uma “uma mostra anual da melhor investigação desenvolvida por estudantes europeus pré-universitários”, explica Rita Rocha, a orientadora de um projecto que também produz hidrogénio que pode ser utilizado como fonte de energia verde.

Mário Onofre, Afonso Nunes e Inês Cerqueira, mentores do projecto SPIDER-BACH2.
Mário Onofre, Afonso Nunes e Inês Cerqueira, mentores do projecto SPIDER-BACH2. © Rita Rocha
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Chama-se "Spider-BacH2" e é uma investigação que quer contribuir para mitigar um problema de saúde global, a osteoporose, resultante, por um lado, do aumento da longevidade da população humana e, por outro, de estilos de vida cada vez mais sedentários.

O projecto consiste na produção de seda de teia de aranha com capacidade de regenerar tecido ósseo, através do uso de uma bactéria marinha, a “rhodovulum sulfidophilum”. "Spider-BacH2" é assinado por Inês Cerqueira, Afonso Nunes e Mário Onofre, de 17 anos, alunos do Colégio Luso-Francês, no Porto, orientados pela professora de Biologia e Projecto Rita Rocha.

“Os alunos pegaram numa bactéria marinha comum e introduziram uma sequência genética na bactéria que faz com que este microrganismo produza células ósseas que podem ser introduzidas no corpo humano e regenerar lesões ósseas ou tecidos fragilizados devido, por exemplo, à osteoporose. Como resultado deste processo, a bactéria produz hidrogénio que pode ser utilizado como fonte de energia verde. Esta bactéria marinha está a imitar o processo que as aranhas fazem quando produzem fio de seda, mas a uma velocidade muito superior”, descreve Rita Rocha.

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Rita Rocha Projecto para mitigar osteoporose

A investigação, que começou em Setembro de 2022 e contou com o apoio científico do Laboratório de Investigação da Universidade do Minho 3B´s Research Group, dedicado aos Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos. Em Junho, o projecto venceu a final do Concurso Jovens Cientistas e Investigadores em Portugal e apurou-se como representante do país para a competição europeia EUCYS (European Union Contest for Young Scientists), que vai decorrer entre os dias 13 e 15 de Setembro, em Bruxelas. O concurso é, no fundo, “uma mostra anual da melhor investigação desenvolvida por estudantes europeus pré-universitários”, explica Rita Rocha.

Para os alunos é o reconhecimento de um ano de trabalho. Além de partilharem ideias e se inspirarem com inúmeros colegas finalistas de outros países, os alunos vêem esta participação como uma oportunidade de iniciarem uma carreira na área académica nas Ciências, agora que se preparam para entrar na faculdade", acrescenta a professora.

O projecto já venceu, a nível mundial, o concurso Xylem Global Student Innovation Challenge, promovido por uma multinacional tecnológica que desenvolve soluções para o abastecimento, tratamento e gestão da água a nível mundial. A distinção incluiu um prémio monetário no valor de 5000 dólares e um prémio adicional de 1000 dólares a doar a uma instituição humanitária à escolha dos alunos. Além disso, Inês, Afonso e Mário vão poder começar as próximas etapas do projecto, com mentoria dessa multinacional, num estágio laboratorial de seis meses para procurarem uma solução com potencial de mercado.

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