França vai proibir uso de abayas em escolas públicas
A túnica usada por mulheres muçulmanas vai integrar os símbolos religiosos proibidos nas escolas públicas francesas. O Ministro da Educação Nacional, Gabriel Attal, anunciou que o uso da abaya, um vestido tradicional usado por alguns estudantes muçulmanos, vai ser proibido nas escolas públicas em França.
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O ministro da Educação francês, Gabriel Attal, anunciou este domingo, 27 de Agosto, que o governo francês vai proibir o uso da abaya, uma túnica usada por algumas mulheres muçulmanas, nas escolas públicas.
Depois de meses de debate, as autoridades francesas vão proibir o uso de vestidos abaya, usados por algumas mulheres muçulmanas em escolas públicas. A medida já tinha sido autorizada no ano passado, mas sem instruções claras.
"Decidi que a abaya não vai poder ser usada nas escolas. Quando entramos numa sala de aula, não deveríamos ser capazes de identificar a religião de cada aluno só de olhar para ele", afirmou o ministro da Educação, Gabriel Attal.
Esta semana, o ministro da Educação vai reunir "com os directores das escolas e dar-lhes todas as chaves para que possam aplicar esta regra que me parece necessária e que é justa”.
Um anúncio que vai criar ainda mais fricção com a comunidade muçulmana, uma vez que o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) considera que a peça não representa um símbolo islâmico.
O presidente do partido de oposição Republicanos e deputado, Éric Ciotti, saudou a decisão, enquanto a deputada de esquerda Clémentine Autain considerou inconstitucional e criticou "a política da vestimenta".
Segundo o ministro da Educação, a decisão segue a política governamental de separação entre religião e Estado. Em 2010, a França aprovou a proibição do uso em público de véus que cobrem o rosto inteiro. Seis anos antes, em 2004, o governo baniu o uso de qualquer símbolo religioso ostensivo, como o hijab, usado no islâmico, e o quipá, usado por judeus.
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