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Guerra na Ucrânia

Ucrânia: Kiev anuncia avanços, Moscovo multiplica ataques no Donbass e Odessa

O exército ucraniano anunciou esta segunda-feira um avanço de três quilómetros na sua contra-ofensiva no leste do país. 500 dias após o começo do conflito pela região do Donbass, ambas as partes defendem estar a levar a cabo uma (contra)ofensiva e a repelir os ataques do adversário. Enquanto a Moscovo mira o leste da Ucrânia, Kiev aposta em Belgorod.

O exército ucraniano anunciou esta segunda feira pequenos avanços na região do Donbass, nomeadamente em Bakhmut, como sinal do sucesso da sua contra-ofensiva.
O exército ucraniano anunciou esta segunda feira pequenos avanços na região do Donbass, nomeadamente em Bakhmut, como sinal do sucesso da sua contra-ofensiva. REUTERS - STRINGER
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O exército ucraniano anunciou esta segunda-feira pequenos avanços na região do Donbass, nomeadamente em Bakhmut, como sinal do sucesso da sua contra-ofensiva. De acordo com a vice-ministra ucraniana da Defesa, Hanna Maliar, as forças de Kiev conseguiram libertar três km² de território nesta região altamente estratégica, elevando para 40km² recuperados recentemente a oeste de Donetsk, mas também a leste e oeste do Oblast de Zaporíjia provocando duas mortes, segundo informou o governador.

Continuando o seu ponto sobre o estado da contra-ofensiva, a representante acrescenta que ao sul da frente leste, a situação está “extremamente difícil em torno de Avdiivka”, onde as forças russas lançaram uma operação para tomar o controlo da localidade. Como resultado da ofensiva lançada na frente sul no mês de Junho em localidades como Staromayorske, as forças de Kiev registaram avanços positivos, mas é na cidade vizinha de Urozhaine que os combates se agudizaram. Na região de Kherson, a vice-ministra também relatou ações conduzidas por "determinadas unidades" da Ucrânia na margem oriental do Dnieper, de onde o exército russo se retirou em Novembro de 2022, tornando o rio a linha de frente.

O Ministério da Defesa da Ucrânia também reportou esta segunda-feira uma série de ataques por parte da Rússia. Nas últimas 24 horas, Moscovo efectuou 99 ataques aéreos no Oblast de Zaporíjia

Esta contra-ofensiva, amplamente difundida pela comunicação ucraniana, continua a dividir a opinião de analistas, que estimam que este ritmo é insuficiente para que Kiev pondere cumprir as metas preestabelecidas, se for levada em conta a intensidade dos combates e o aumento de bombardeamentos por parte do exército russo. O ministro Oleksii Reznikov chegou mesmo a reconhecer que a “Ucrânia é o país mais minado do mundo por causa da guerra”, admitindo que algumas das minas foram colocadas pelo exército ucraniano para evitar incursões russas. O mandatário analisou esta situação e demonstrou um certo optimismo, reiterando novamente que o apoio dos parceiros ocidentais será crucial.

Nesta senda, Mykhailo Podolyak, assessor do chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia, afirmou que “mísseis de longo alcance” reduziriam as capacidades de combate da Rússia.

Os mísseis de longo alcance para a Ucrânia significam agora uma forte redução das capacidades de combate da Rússia. Trata-se da destruição activa das reservas e dos recursos da Rússia na periferia. É a destruição da logística da retaguarda - armazéns, transportes, combustível. É a aceleração das operações ofensivas ucranianas. Trata-se de salvar as vidas dos soldados ucranianos, de minimizar as perdas... E, acima de tudo, trata-se de desanuviar a situação. É exactamente isto que é a diplomacia relevante. A Ucrânia precisa do Taurus (Alemanha) e do ATACMS (EUA)

Em termos de novas ajudas, as autoridades norueguesas anunciaram esta segunda-feira que a empresa Kongsberg Defence & Aerospace fornecerá novos sistemas anti-drone à Ucrânia, num acordo avaliado em cerca de 71 milhões de dólares, num momento em que a Rússia multiplica o recurso a drones e aviões para atacar ou monitorar toda a região. Os Estados Unidos anunciaram esta tarde o envio de mais 200 milhões de dólares em eqiuipamento militar para a Ucrânia, num pacote que inclui munições para os sitemas de defesa aérea Patriot, equipamentos e sistemas de limpeza de minas, misseis Javelin, entre outros.

O destaque do dia vai para os incidentes envolvendo aeronaves russas. O exército da Dinamarca afirmou ter interceptado bombardeiros russas no espaço aéreo internacional, a sobrevoar a região do Báltico, presença esta que foi confirmada pelo Ministério da Defesa dos Países Baixos. O Reino Unido também afirmou ter avistado aeronaves russas perto do seu espaço aéreo. James Heappey, ministro das Forças Armadas, anunciou que interceptou aeronaves russas utilizadas para reconhecimento e operações anti-submarino, que estavam a voar perto da Escócia.

Do lado russo os anúncios também indicam avanços significativos. Vyacheslav Gladkov, governador de Belgorod, região situada junto à fronteira com a Ucrânia, afirmou que o exército de Kiev disparou “cerca de 35 cartuchos de munições contra cidades e aldeias da região de Belgorod e vários engenhos explosivos foram lançados por drones” nas últimas 24 horas. Paralelamente, as forças de Luganst teriam repelido 15 tentativas de incursão naquela região do leste da Ucrânia. Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia afirma que as suas forças liquidaram 240 soldados ucranianos em Donetsk.

Ataques de aviões tático-operacionais, fogo de artilharia e sistemas de lança-chamas pesados derrotaram unidades inimigas nas áreas das povoações de Urozhaine e Staromayorske. Como resultado dos combates, foram destruídos cerca de 240 militares ucranianos, três veículos blindados de combate, três veículos, dois sistemas de artilharia M777 de fabrico americano, bem como um suporte de artilharia autopropulsada Cezar de fabrico francês

Os ataques também prosseguiram em Odessa, com a Rússia a atacar a cidade com recurso a drones em três fases distintas. Enquanto Moscovo afirma que a operação foi bem-sucedida, Kiev diz que derrubou todos eles.

Adicionalmente, o exército russo também teria impedido a incursão de uma aeronave norueguesa no seu espaço aéreo na fronteira sobre o mar de Barents.

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