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Rússia

Rússia: opositor Alexei Navalny pode ser condenado a dezenas de anos de prisão

O opositor russo Alexei Navalny aguarda um veredicto que deverá ser emitido nesta sexta-feira. Detido desde 2021 na colónia penal IK-6 em Melekhovo, a cerca de 235 km a leste de Moscovo, o activista voltou a ser condenado em Junho de 2022 num caso de fraude e cumpre penas que totalizam 11 anos de prisão. Navalny afirma esperar uma pena "estaliniana".

Neste arquivo foto tirada no sábado, 29 de fevereiro de 2020, o ativista russo da oposição Alexei Navalny
Neste arquivo foto tirada no sábado, 29 de fevereiro de 2020, o ativista russo da oposição Alexei Navalny AP - Pavel Golovkin
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Alexei Navalny, opositor russo que se notabilizou pelas suas investigações sobre a corrupção dentro das estruturas de poder do regime de Vladimir Putin, encontra-se detido desde na colónia penal IK-6 em Melekhovo, a cerca de 235 km a leste de Moscovo, célebre cadeia de regime especial, normalmente reservada aos criminosos mais perigosos e aos condenados a prisão perpétua.

Condenado em Junho de 2022 num caso de fraude, o homem de 47 anos está a ser julgado à porta fechada há um mês na colónia penal, onde já está a cumprir penas que totalizam 11 anos e meio por fraude e outras acusações que o mesmo diz terem sido forjadas para o silenciar. Desta vez, o activista enfrenta múltiplas acusações que podem levá-lo a ficar por detrás das grades por dezenas de anos.

Navalny é agora acusado de: criação de uma organização extremista; reabilitação do nazismo; duas acusações de apelos públicos ao extremismo (uma num comício e outra na internet); criação de uma organização não-governamental (o Fundo Anticorrupção de Navalny) cujas actividades estão alegadamente associadas ao incitamento à prática de crimes e também foram proibidas em 2021; envolvimento de um menor na prática de actos ilegais (decorrente do facto de pessoas com menos de 18 anos participarem nos comícios de Navalny; e a angariação de fundos para financiar o extremismo.

Tradicionalmente, o terrorismo é punido na Rússia com uma pena de até 35 anos de prisão. Para este caso, os procuradores do Estado pediram 20 anos de detenção, mas Navalny disse em Abril que os investigadores também tinham aberto o que ele chamou um caso de terrorismo "absurdo" contra ele, que poderia levá-lo a ser condenado a uma pena “estaliniana” de mais 30 anos de prisão.

Este “processo de terrorismo” a que se refere permanece por esclarecer, mas o Serviço Federal de Segurança da Rússia afirmou que figuras da oposição ucraniana e russa, incluindo apoiantes de Navalny, estiveram envolvidas no assassínio de um proeminente colunista de guerra russo.

"A fórmula para a calcular é simples: o que o procurador pediu, menos 10-15%. Pediram 20 anos, vão dar 18 ou qualquer coisa do género", afirmou numa mensagem online transmitida pelos seus familiares.

Se por um lado Navalny estima que estas acusações e condenações foram forjadas para silenciar o seu activismo  e afastá-lo da vida política, por sua vez o Kremlin nega perseguir o opositor, e limita-se a retratá-lo como um agente de perturbação política apoiado pelo Ocidente. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos jornalistas em Junho que o executivo não está a “acompanhar o julgamento”, estimando também que este caso é apenas uma “questão legal para os tribunais”.

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