Antônia: «Queremos vencer a França, algo que nunca foi feito pelo Brasil»

O Brasil e a França defrontam-se este sábado, 29 de Julho, em Brisbane, em território australiano, num jogo a contar para a segunda jornada do grupo F do Campeonato do Mundo de futebol feminino.

Antônia (esquerda), central brasileira. © AFP - CHRISTOF STACHE

O arranque da Selecção Brasileira no Mundial de futebol feminino foi muito forte com um triunfo por 4-0 frente ao Panamá.

Após esse triunfo, as brasileiras vão defrontar a selecção francesa que está numa situação totalmente oposta.

As francesas, na primeira jornada, empataram sem golos frente à Jamaica e terão de vencer o Brasil para estarem mais próximas dos oitavos-de-final e do primeiro lugar, a ambição que tem a selecção gaulesa.

Aliás a França, no historial frente ao Brasil, nunca perdeu, quer seja em jogos amigáveis, quer seja em partidas oficiais. Em 11 jogos disputados, a França venceu seis e empatou cinco.

No que diz respeito aos jogos apenas oficiais, as francesas empataram a uma bola frente às brasileiras na fase de grupos do Mundial 2003, mas elas venceram em 2019, no Campeonato do Mundo que decorreu em França, por 2-1 após prolongamento nos oitavos-de-final.

Desta vez o Brasil, que entrou melhor na prova, quer continuar na senda das vitórias neste Mundial que decorre na Austrália e na Nova Zelândia.

A RFI falou com Antônia, central brasileira de 29 anos, que já representou o Ponte Preta, o Osasco Audax, o Corinthians, o Iranduba e o São Paulo no brasil, antes de vestir a camisola do 'Madrid Club de Fútbol Femenino' e do Levante, este último sendo o clube onde joga actualmente.

Em declarações à RFI, Antônia, internacional brasileira, abordou este encontro frente à França e afirmou que desta vez o Brasil quer derrotar as gaulesas.

RFI: Que antevisão podemos fazer do jogo frente à França?

Antônia: Se você for ver o histórico, nós nunca ganhamos à França, então elas são as favoritas. Até é melhor que seja assim. Vai ser um jogo bem difícil, bem importante. Acredito que vai decidir quem será o primeiro ou o segundo do grupo. Estamos aqui para tirar essa invencibilidade à França, que até hoje nunca foi feita. Estamos muito confiantes, sabemos que podemos fazer um grande trabalho, e vencer a França.

RFI: Há pressão em ser titular?

Antônia: Acredito que a pressão, você já tem quando representa o seu país. Quando você chega à selecção, quer dizer que é uma das melhores do seu país, então já carrega essa responsabilidade de manter esse alto nível. Acredito que ser titular ou não é fruto do trabalho. Se estou lá, quer dizer que a seleccionadora confia em mim, que o meu trabalho vem dando certo. Não tenho que ter pressão, só aproveitar o momento com muita alegria e muita seriedade. O peso maior é por ser o meu primeiro Mundial.

RFI: O que podemos dizer da evolução do futebol feminino no Brasil?

Antônia: O Brasil vem evoluindo muito no seu futebol. Estamos num crescimento muito muito bom. Isso é importante para os olhos se voltarem mais para o Brasil. Estamos a nos tornar uma potência. Fico muito feliz com essa evolução.

RFI: Quais são os favoritos ao título?

Antônia: Acredito que o Brasil vem demonstrando muita qualidade e muito talento para se tornar num dos principais nomes à conquista do título. Mas no que diz respeito aos ‘ditos’ favoritos, eu diria os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, os Países Baixos, o Canadá... Mas eu acredito que há muitos favoritos, vai ser um Mundial muito disputado e sem dúvida pode ocorrer muitas surpresas.

RFI: Qual será o futuro a curto e longo prazo?

Antônia: Agora estou apenas a pensar no Mundial, quero fazer um grande Mundial, dar sequência ao trabalho que tenho feito no meu clube (ndr: Levante), depois vou regressar ao meu clube e dar continuidade à minha carreira. No futuro, claro que gostaria de alcançar um título com o Levante por exemplo, e também conhecer outras ligas e outros países, isto no que diz respeito aos clubes. Eu quero sempre novos desafios.

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Antônia, internacional brasileira 30-06-2023

Antônia (esquerda), defesa brasileira. © AFP - ADRIAN DENNIS