Carolina Mendes: «Portugal pode rivalizar com qualquer nação no Mundial»
Estamos a menos de 24h da estreia da selecção feminina de Portugal no Campeonato do mundo de futebol organizado pela Austrália e Nova Zelândia.
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Domingo é o Dia D, em que Portugal vai escrever mais uma página do livro da sua história no Mundial de futebol feminino.
A 23 de Julho, amanhã, as portuguesas vão medir forças com os Países Baixos, actuais vice-campeãs mundiais e campeãs da Europa em 2017. O encontro vai decorrer em Dunedin, em território neo-zelandês.
Em jogos oficiais, torneios e encontros amigáveis, as neerlandesas venceram sete vezes, enquanto Portugal apenas tem um triunfo.
A única vitória da Selecção das Quinas foi a 8 de Dezembro de 2001, por 2-1, em casa, num jogo a contar, na altura, para o apuramento para o Mundial de 2003.
Quanto ao último jogo entre as duas nações, foi durante o Euro-2021, que decorreu em 2022, na Inglaterra. Há um ano, a 13 de Julho, os Países Baixos venceram com dificuldade por 3-2. As portuguesas estiveram a perder por 2-0 e conseguiram chegar ao empate a duas bolas, antes de ceder.
Em entrevista exclusiva à RFI, Carolina Mendes, internacional portuguesa, admitiu que no domingo o seu sonho vai realizar-se, ela que também nos revelou como surgiu a paixão pelo futebol.
A avançada de 35 anos, que já passou pelos campeonatos espanhol, italiano, russo, islandês, sueco, afirmou que se a Selecção estiver a um alto nível pode rivalizar com qualquer nação no Mundial.
RFI: Portugal está quase a iniciar o Mundial, como se sente? Física e mentalmente?
Carolina Mendes: A um dia de competição sinto que o grupo trabalhou bastante bem até aqui, está confiante e estou com alguma ansiedade, o que é normal, para começar a competição!
RFI: Esta é a sua primeira participação no Mundial, qual é a sensação?
Carolina Mendes: Sinto um orgulho enorme, penso que todas as jogadoras gostariam de estar aqui, somos umas privilegiadas, e só temos de desfrutar do momento, estar no campeonato do Mundo, pertencer a este grupo e representar o meu país, não há melhor sentimento que este.
RFI: Carolina, em que momento acreditaram que o apuramento para o Mundial era possível? Durante a fase de grupos, durante o play-off ou apenas no apito final frente aos Camarões?
Carolina Mendes: Sempre acreditamos e isso também foi a chave do nosso sucesso! Agora espera-nos um grupo bastante difícil e temos de estar à altura do que aí vem.
RFI: Pessoalmente, é um sonho concretizado participar nesta prova?
Carolina Mendes: Sem dúvida!
RFI: O primeiro jogo será frente aos Países Baixos, selecção que já foi campeã europeia e que Portugal defrontou há um ano. Como antevê esse encontro e sobretudo, o que mudou em um ano para o resultado poder vir a ser diferente?
Carolina Mendes: Mudou muita coisa, sobretudo no adversário, mudaram de treinador, ideias e gente nova, nós também não somos as mesmas e creio que estamos mais preparadas para o que aí vem.
RFI: Depois é o Vietname, que no papel parece ser a selecção mais acessível, é imperativo ganhar?
Carolina Mendes: Temos de jogar todos os jogos para ganhar.
RFI: O seleccionador diz que o mais importante é chegar ao terceiro jogo com hipóteses de poder chegar à próxima fase… O derradeiro jogo será frente aos Estados Unidos. Há dois anos, Portugal perdeu apenas por 1-0. Portugal evoluiu, certamente e os Estados Unidos também, mas é possível derrotar as norte-americanas? Como?
Carolina Mendes: Sim, é possível, não há equipas indestrutíveis e o futebol tem destas coisas: nem sempre ganha a melhor equipa do ranking... agora só um Portugal ao mais alto nível é que conseguirá fazer frente aos Estados Unidos.
RFI: Carolina, é a jogadora com a maior experiência na selecção, qual será o seu papel? Para além do aspecto desportivo…
Carolina Mendes: Como mais velha temos sempre o papel de acolher quem vem de novo, integrar e ajudar as mais novas!
RFI: Onde praticou o melhor futebol? Onde preferiu jogar?
Carolina Mendes: Na Suécia.
RFI: Carolina, como vê o seu futuro próximo e a longo prazo?
Carolina Mendes: Neste momento só penso no presente. E o meu presente é estar no Mundial e poder ajudar da melhor maneira possível a equipa!
RFI: Como surgiu a paixão pelo futebol?
Carolina Mendes: O desporto sempre esteve na minha vida, o meu pai é professor de educação física. Vivi e cresci neste meio, pratiquei inúmeros desportos e sempre estive ligada a outras modalidades [hóquei e judo].
O futebol, por ironia do destino, foi o que apareceu mais tarde [16 anos] e o que me deu mais coisas. Desde pequenina que me lembro de jogar futebol na rua, nasceu comigo!
RFI: No Mundial, para si, quais são as favoritas para arrecadar o título?
Carolina Mendes: Inglaterra, Estados Unidos, e... Portugal.
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