OMS declara adoçante aspartame como “possivelmente cancerígeno”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quinta-feira que o adoçante aspartame é potencialmente cancerígeno. Esta substância é a mais usada em bebidas desde a década de 1980 e amplamente consumida no mundo inteiro. Não obstante, esta conclusão, à luz dos dados obtidos, não obriga a alteração dos valores aceitáveis de consumo diário.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o adoçante aspartame, o mais utilizado no mundo, é potencialmente cancerígeno. Não obstante os dados obtidos ainda não permitem estabelecer os valores aceitáveis de consumo diário ou proibir a utilização da substância.
“O AIPC classificou o aspartame como possivelmente carcinogénico para os seres humanos (Grupo 2B) com base em provas limitadas de cancro nos seres humanos (especificamente para o carcinoma hepatocelular, um tipo de cancro do fígado). Existem também provas limitadas de cancro em animais experimentais e provas limitadas relacionadas com os possíveis mecanismos causadores de cancro.”
Esta conclusão foi publicada na quinta-feira pela Agência Internacional de Pesquisa em Cancro (AIPC) e o Comité Misto FAO/OMS de Peritos em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O aspartame é normalmente utilizado como adoçante para diversos produtos, nomeadamente em alimentos e bebidas ou até mesmo em receitas que não requerem muito aquecimento. Desde a década de 1980, o aspartame é utilizado como substituição ao açúcar, sendo utilizado como aromatizante em alguns medicamentos, pastilhas elásticas, pastas de dentes, gelados, iogurtes, cereais, bebidas dietéticas, entre outros.
O uso desta substância é frequentemente debatido pela comunidade científica e diversos estudos foram conduzidos ao longo das últimas décadas. Em 2011, dois estudos científicos alertaram sobre os riscos de parto prematuro em gestantes consumidoras do adoçante. Na época, o estudo concluiu que o resultado não deveria inquietar os consumidores.
Desta vez a conclusão também não permitiu estabelecer limites para o consumo ou cogitar a proibição do uso deste adoçante em inúmeros produtos. Sublinhando “provas limitadas”, o estudo afirma que à luz dos dados obtidos, não há “razão suficiente para alterar a Dose Diária Aceitável (DDA) previamente estabelecida de 0 a 40 mg/kg de peso corporal para o aspartame”, sugerindo que os respectivos comités científicos prossigam as investigações.
O cancro é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Todos os anos, uma em cada seis pessoas morre de cancro.
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