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Grécia

Grécia: autoridades continuam buscas após naufrágio ao largo do mediterrâneo

A Guarda Costeira Helénica prossegue nesta quinta-feira as buscas por sobreviventes do naufrágio de um barco de migrantes na quarta-feira. O naufrágio ocorreu nas águas internacionais do Mar Jónico, perto da península grega do Peloponeso, a sul da Grécia, numa embarcação que partiu da Líbia com destino à Itália com centenas de migrantes a bordo.

Destaque na imprensa francesa para o naufrágio perto da Grécia mata dezenas de migrantes; mais de 100 são resgatados com vida
Destaque na imprensa francesa para o naufrágio perto da Grécia mata dezenas de migrantes; mais de 100 são resgatados com vida AP
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Este acontecimento pode ser considerado uma das maiores tragédias que ocorreram na região do mediterrâneo central em razão das rotas migratórias. De acordo com diversas organizações não-governamentais (ONGs) que estiveram em contacto com a embarcação, estavam a bordo cerca de 750 pessoas sem coletes salva-vidas, das quais apenas uma centena foi resgatada, algumas em estado de hipotermia avançada.

Relatos de sobreviventes indicam que o barco teria inicialmente balançado antes de afundar em um dos lugares mais profundos do Mediterrâneo, que é na península do Peloponeso, na Grécia.

De acordo com as autoridades locais, pelo menos 79 corpos foram recuperados no mar durante as buscas iniciais na quarta-feira. As equipas de resgate conseguiram salvar mais de uma centena de passageiros – incluindo egípcios, sírios, paquistaneses, afegãos, palestinianos. As operações de busca devem prosseguir nesta quinta-feira, embora a Guarda Costeira Helénica não tenha conseguido localizar mais corpos ou sobreviventes até às primeiras horas desta manhã.

Uma operação levada a cabo pela força aérea grega, além de seis embarcações, foi montada, mas fortes ventos complicaram a acção. Os resgatados foram levados para Kalamata, a sudoeste de Atenas, e as vítimas em estado crítico, foram transportados de helicóptero para um hospital local.

O Ministério das Migrações e Asilo informou numa nota publicada nesta quarta-feira, que o órgão público encontra-se neste momento em Kalamata para auxiliar as autoridades locais

“Os escalões do Ministério estão em Kalamata para auxiliar as autoridades municipais no que for necessário, no atendimento aos socorristas, no apoio e na interpretação. Ao mesmo tempo, os serviços do Ministério estão em plena prontidão para que, uma vez concluídos os trâmites, recebam as pessoas resgatadas no Centro de Recepção e Identificação de Malakasa, para onde serão transferidas acompanhadas por escalões do Ministério de Imigração e Asilo.”

Kyriakos Mitsotakis, que garantiu a sua reeleição, mas convocou novas eleições para o final do mês de Junho, reiterou a necessidade de uma política migratória europeia que seja coerente, que consiga mitigar a acção de “nefastas redes criminosas que traficam pessoas”.

“Estamos todos chocados com o trágico naufrágio de hoje nas águas internacionais do Mediterrâneo, a sudoeste do Peloponeso. Estou triste com a perda de tantas vidas inocentes. E, desde já, as forças da Nova Democracia estão à disposição do Governo Provisório. São momentos de solidariedade e humanidade. Agora a prioridade é salvar o máximo de vidas possível. O novo incidente, no entanto, destaca dramaticamente que a imigração continua a ser um problema que requer uma política europeia coerente. Para que as nefastas redes criminosas que traficam pessoas desesperadas finalmente tenham a resposta decisiva que merecem.”

Face à dimensão desta tragédia, o governo provisório decretou três dias de luto nacional e os partidos políticos suspenderam a campanha para as eleições gerais de 25 de Junho.

O Mar Mediterrâneo, que acolhe milhões de turistas todos os anos, continua a ser um cemitério de migrantes.

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