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Sudão

Sudão: comunidade internacional aproveita tréguas para acelerar evacuações

Sudão – O cessar-fogo de três dias mediado pelos Estados Unidos continua frágil e há relatos de disparos e de ataques. Como aconteceu nos anúncios anteriores de cessar-fogo, os dois lados do conflito acusam-se mutuamente de não respeitar o compromisso.  

Um residente de Cartum passa por uma casa destruída durante os combates no Sudão, 25 de Abril de 2023
Um residente de Cartum passa por uma casa destruída durante os combates no Sudão, 25 de Abril de 2023 © Marwan Ali / AP
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A comunidade internacional aproveita o período de tréguas no Sudão para acelerar a retirada de civis.

França foi um dos países que colocou em marcha um plano de transporte com a abertura de uma ponte aérea para Djibuti. O porta-voz do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas francesas confirmou a intervenção dos dois lados conflito nesta missão em larga escala, realizada no último fim-de-semana, no Sudão.

“Os contactos foram feitos atempadamente com os beligerantes a diferentes níveis. As nossas equipas que estavam no terreno estabeleceram os contactos para, por exemplo, diferenciar os veículos da missão dos veículos que participam no conflito”, revelou o Coronel Pierre Gaudillière.

Desde o início dos confrontos, a 15 de Abril, a França já retirou do Sudão mais de 500 pessoas. Ontem, no Conselho de Defesa e Segurança, no Palácio do Eliseu, Emmanuel Macron sublinhou a importância da cooperação internacional e dos militares franceses para o sucesso de uma "operação exemplar".

Angola retira 10 cidadãos do Sudão

Vários países africanos estão empenhados em trazer de volta os seus cidadãos. Esta quarta-feira, o governo de Angola anunciou a retirada de 10 pessoas, entre elas cinco estudantes que estavam em Cartum.

Através de um comunicado, o ministério das Relações Exteriores destacou que os cinco estudantes foram transportados para a fronteira terrestre entre o Sudão e a Etiópia. "Outros cinco foram transportados para o Egipto”, revela o comunicado.

O processo de evacuação está a ser coordenado com o Departamento de Relações Internacionais e Cooperação (DIRCO) da África do Sul.

Reino Unido transporta mais de 300 pessoas

O Governo britânico anunciou a retirada de 301 pessoas, na sua maioria cidadãos britânicos, numa operação que começou na terça-feira à noite e que envolveu quatro aviões militares. 

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak revelou que mais quatro aviões deverão descolar até ao final desta quarta-feira.

Actualmente, apenas os titulares de passaportes britânicos e as pessoas a seu cargo, e alguns estrangeiros se o espaço o permitir, são autorizados a embarcar em aviões com destino a uma base militar britânica em Chipre. A partir daí, podem voar para o Reino Unido.

Mais de 2.000 cidadãos britânicos pediram às autoridades para sair do Sudão. 

Centros de Saúde encerrados

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 60% dos centros de saúde da capital sudanesa estão encerrados. 

Em Cartum, "apenas 16% dos centros estão a funcionar normalmente. Muitos doentes com doenças crónicas, como doenças renais, diabetes e cancro, não têm acesso a instalações de saúde ou aos medicamentos de que necessitam", disse o Director-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa.

Entretanto, a OMS revelou que está em curso uma "avaliação exaustiva dos riscos para a saúde", numa altura em que  uma das partes do conflito controla um laboratório na capital sudanesa que contém amostras de agentes patogénicos altamente contagiosos, incluindo o sarampo.

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