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Rússia

Rússia mantém em detenção jornalista americano acusado de espionagem

O jornalista americano Evan Gershkovich, repórter do ‘Wall Street Journal’ detido desde finais de Março sob a acusação de espionagem em benefício dos Estados Unidos, compareceu hoje perante a justiça que decidiu mantê-lo em detenção provisória. O jornalista de 31 anos incorre uma pena de 20 anos de prisão. A Casa Branca estimou que o jornalista foi "detido injustamente".

O jornalista americano Evan Gershkovich é acusado pela Rússia de espionagem.
O jornalista americano Evan Gershkovich é acusado pela Rússia de espionagem. © Dimitar DILKOFF / AFP/Arquivos
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Apesar de a sua defesa pedir a sua soltura contra o pagamento de uma caução de 50 milhões de rublos (614.000 dólares) pagos pelo grupo Dow Jones, proprietário do ‘Wall Street Journal’, ou a alternativa de uma prisão domiciliar, ambos os pedidos foram rejeitados.

Os advogados do jovem jornalista que indicaram desde já que vão recorrer desta decisão, referem que ele permanece "combativo" e que "está pronto para se defender e provar que é inocente."

Isto acontece apenas um dia depois de a justiça russa ter condenado ontem o opositor Vladimir Kara-Murza a 25 anos de prisão, após ter sido considerado culpado de "alta traição", de trabalho ilegal para uma organização "indesejável" e de difusão de "falsas informações" sobre o exército russo, designadamente por criticar a ofensiva russa na Ucrânia.

Refira-se entretanto que hoje, a defesa do opositor Alexeï Navalny, detido desde Janeiro de 2022 sob a acusação de ser "terrorista" e "extremista", anunciou que ele é alvo de novas acusações. Isto sucede menos de 24 horas depois de este último ter denunciado o veredicto pronunciado ontem contra Kara-Murza.

No mesmo sentido, Moscovo convocou hoje as embaixadoras americana, britânica e canadiana acusando-as de "ingerência nos assuntos internos russos". Apesar de não se conhecer para já o motivo exacto destas acusações, sabe-se que ontem as diplomatas condenaram igualmente a sentença que recaiu sobre o opositor Vladimir Kara-Murza.

Paralelamente, também nesta terça-feira, os deputados russos votaram uma série de alterações agravando as penas previstas no âmbito da legislação utilizada para reprimir os opositores, instaurando a prisão perpétua por "alta traição".A Duma validou nomeadamente textos que prevêem também punir quem "ajuda a pôr em prática as decisões de organizações internacionais" que a Rússia não reconhece.

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