Kherson: visita de Putin e bombardeamentos na capital
O Presidente russo Vladimir Putin realizou uma visita a duas zonas da Ucrânia ocupadas por Moscovo, num momento em que as forças de Kiev preparam uma grande ofensiva.
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Na deslocação, cuja data não foi especificada, Vladimir Putin teve a oportunidade de falar com os comandantes militares nas Regiões de Kherson, no Sul, e na de Lugansk, no Leste.
Moscovo reivindicou a anexação dessas duas regiões que controla parcialmente, aliás as forças armadas russas cederam no ano passado a capital da Região de Kherson, também designada pelo mesmo nome.
A presidência ucraniana denunciou essa deslocação, acusando Vladimir Putin de visitar os lugares onde perpetrou crimes.
Após o anúncio dessa deslocação, Kiev afirma que houve bombardeamentos na cidade de Kherson que causaram seis feridos.
É a segunda visita em apenas um mês de Vladimir Putin em zonas ocupadas por Moscovo. Segundo os especialistas, estas visitas em que o Presidente se encontra com os generais servem para abordar as estratégias no terreno para contrariar uma possível ofensiva ucraniana por forma a recuperar os territórios perdidos.
Essas regiões são estratégicas para a Rússia que ligou o país à Crimeia, anexada em 2014, graças a essas conquistas. Perder essas zonas seria um desastre militar segundo os especialistas.
As forças armadas russas, desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, falharam a conquista das cidades de Kiev, de Kherson, que teve de ceder, e de Kharkiv, mas conseguiu conquistar várias zonas das regiões, anexadas por Moscovo, de Donetsk, de Lugansk, de Kherson e de Zaporizhzhia.
Actualmente os confrontos mais violentos decorrem em Bakhmut, no Leste. Após nove meses de batalhas, dois terços da cidade pertencem aos russos.
Crimeia, outro foco de ‘atenções’
Na Crimeia, um habitante foi condenado a 10 anos de prisão pelo incêndio de uma esquadra militar em Simféropol e pela preparação de um ataque contra uma ponte ferroviária, anunciaram os serviços secretos russos.
Recorde-se que as forças armadas russas já sofreram sabotagens em bases militares e em vias férreas, no que toca ao encaminhamento de logística para a guerra na Ucrânia.
Desde Abril, o chefe dos serviços secretos russos, Alexandre Bortnikov, acusou a Ucrânia e os Ocidentais de incitar à rebelião nas forças armadas russas e à sabotagem contra a Rússia.
Segundo Alexandre Bortnikov, 118 crimes terroristas foram defraudados na Rússia desde Fevereiro, enquanto o Presidente russo Vladimir Putin acusou os serviços secretos ocidentais de estarem implicados nos ataques terroristas em território do país de Leste.
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