Acesso ao principal conteúdo
Irão

Segundo a AIEA, o Irão tem quase a capacidade de produzir a bomba atómica

A Agência Internacional da Energia Atómica -AIEA- disse ontem ter detectado numa unidade nuclear iraniana, partículas de urânio enriquecido a um pouco mais de 83%, ou seja um pouco abaixo dos 90% necessários para se produzir a bomba atómica, pelo que pediu explicações a Teerão sobre esta situação. O Irão que desmente pretender dotar-se da arma nuclear, disse que isto se deve a "oscilações involuntárias" no processo de enriquecimento de urânio.

Rafael Grossi, director geral da AIEA, em Viena em Setembro de 2022.
Rafael Grossi, director geral da AIEA, em Viena em Setembro de 2022. REUTERS - LEONHARD FOEGER
Publicidade

A AIEA disse ontem ter identificado níveis de enriquecimento de urânio muito próximos daqueles que são necessários para produzir uma bomba atómica, a partir da análise de amostras recolhidas em Janeiro na unidade nuclear de Fordo, no norte do Irão. De acordo com um relatório a ser apresentado na próxima semana, a AIEA solicitou "esclarecimentos" e "as discussões ainda estão em curso" para determinar a origem destas partículas.

No mesmo sentido, ainda ontem, Colin Kahl, sub-secretário americano da Defesa afirmou que “o progresso nuclear” do regime de Teerão “tem sido extraordinário” desde 2018, altura em que Donald Trump decidiu abandonar o acordo nuclear, e que o país tem agora capacidade para produzir material suficiente para fabricar uma bomba nuclear “em cerca de 12 dias”.

Numa carta enviada à AIEA, o Irão negou tencionar dotar-se da arma nuclear e explicou que as oscilações detectadas são "involuntárias" e que "não tentou enriquecer (o urânio) a mais de 60%".

Estas revelações que surgem numa altura em que continuam no impasse as negociações para ressuscitar o acordo nuclear assinado em 2015 pelo Irão e grandes potências mundiais e entretanto abandonado pelos Estados Unidos durante a era Trump.

Encetadas em 2021, as discussões estão bloqueadas desde Agosto do ano passado, o que tem provocado um aumento da tensão entre Teerão e os seus parceiros. O Irão tem vindo progressivamente a desvincular-se dos seus compromissos no tocante à utilização do urânio.

Perante esta situação, Rafael Grossi, director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), agendou uma reunião no sábado com o presidente iraniano Ebrahim Raissi em Teerão para "reatar o diálogo", de acordo com fontes diplomáticas referindo que esta visita terá como objectivo obter "um reforço do acesso da AIEA às unidades e aumentar o número de inspecções".

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.