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#Sismo

Mais de 2.300 mortos em sismo na Turquia e Síria

Mais de 2.300 pessoas morreram no sul da Turquia e no norte da Síria na sequência de um sismo de magnitude 7,8, esta madrugada. Horas depois, foi registado outro sismo de magnitude 7,5.

Busca de sobreviventes em Aleppo, na Síria. 6 de Fevereiro de 2023.
Busca de sobreviventes em Aleppo, na Síria. 6 de Fevereiro de 2023. AFP - -
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Um novo sismo foi registado às 13h24 (hora local) desta segunda-feira, de magnitude 7,6 na escala de Richter, com epicentro na zona de Elbistan, na província de Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, numa altura em que as equipas de salvamento estavam à procura de sobreviventes do primeiro terramoto em várias cidades do sudeste da Turquia e do Norte da Síria.

O primeiro sismo, de magnitude 7,8, foi registado às 04:17 (hora local), teve como epicentro o distrito de Pazarcik, na província de Kahramanmaras, a cerca de 600 quilómetros a sudeste de Ancara, e afectou gravemente 10 províncias da Turquia. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 graus na escala de Richter foi registado.

Na Turquia, o Presidente Recep Tayyip Erdogan falou, esta manhã, havendo já registo de pelo menos 1.498 vítimas mortais e 8.533 feridos em sete províncias. Cerca de 2.834 prédios desabaram, o que sugere que o número de mortos pode ser ainda maior.

No norte da Síria, o balanço provisório de vítimas mortais subiu para mais de 800. Segundo dados do ministério da Saúde, divulgados pela agência oficial de notícias Sana, 430 pessoas morreram e 1.315 ficaram feridas em zonas controladas pelo governo. Por sua vez, os Capacetes Brancos (equipas de resgate em áreas rebeldes) falam em centenas de mortos e feridos.

A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais activas do mundo. Este é o pior sismo desde 1999 na região quando um terramoto de magnitude 7,4 matou cerca de 17.000 pessoas.

Em resposta aos apelos de ajuda da Turquia, o chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu "enviar ajuda" e o Presidente francês, Emmanuel Macron, também garantiu "uma ajuda de emergência". A União Europeia já enviou equipas de socorristas, nomeadamente holandesas e romenas, anunciou o comissário europeu para a gestão de crises Janez Lenarcic. A Itália também ofereceu ajuda, nomeadamente de equipas de protecção civil.

Oiça aqui a reportagem de José Pedro Tavares, correspondente da RFI em Ancara.

02:37

Correspondência da Turquia, 6/2/2023

Enorme tragédia. Um país em dor. Como é habitual nestas situações, nas redes sociais já abundam histórias dramáticas – o bébé que foi salvo, mas ninguém sabe onde estão os pais, apelos para se encontrarem entes queridos desaparecidos... Ainda não se conhece a dimensão total deste terramoto - mas o balanço vai infelizmente aumentar já que milhares de edifícios colapsaram em várias cidades turcas, nomeadamente em Malatya, Diyarbakir, Gaziantep, Sanliurfa, e estão a acontecer diversas réplicas, algumas quase tão fortes como o abalo original.

O terramoto aconteceu também quando o país está a sofrer uma enorme vaga de frio – quase todas as cidades afectadas estavam debaixo de neve, e com temperaturas negativas, o que vem dificultar as operações de resgate e a vida dos sobreviventes. Milhões de pessoas saíram à rua a meio da noite e passaram as últimas horas ao relento, ou dormiram nos seus carros, longe de edifícios.

O sismo original foi seguido de diversas réplicas, uma das quais, esta manhã, com uma magnitude de 7 a 7,5 na escala de Richter, que fez desabar muitas dezenas de edifícios danificados pelo primeiro abalo, dificultando ainda mais as operações de resgate.

A Turquia já activou o estado de emergência para estas situações e todos os esforços estão agora direccionados para encontrar sobreviventes. O país está habituado a lidar com estes desastres naturais, já que regularmente é afectado por sismos fortes.

A proteção civil, o exército, a polícia e todos os médicos da região estão agora a trabalhar no resgate e salvamento de potenciais sobreviventes. Já a situação na vizinha Síria poder ser mais dramática – o país, que sofre uma guerra há mais de uma década, não terá nem as infraestruturas nem a organização para lidar eficazmente com um desastre natural destas dimensões.

Em Outubro de 2020, um sismo em Izmir matou mais de 100 pessoas. Há 12 anos, um tremor também no leste da Turquia vitimou mais de 600 pessoas. Em 1999, um outro sismo fez mais de 17,000 mortos no país.

 

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