União Europeia às voltas com o "Qatargate"

Decorre esta sexta em Bruxelas uma cimeira que acaba por ter como dossier incontornável o chamado "Qatargate", as acusações de uma rede de corrupção das instituições europeias envolvendo o Qatar ou Marrocos. 

O italiano Francesco Giorgio, assistente parlamentar, e a namorada grega Eva Kaili, uma das vice-presidentes do Parlamento europeu do grupo dos Socialistas e democratas em fotografia com data desconhecida. AFP - STR

O presidente francês garantiu que as instituições europeias competentes tomarão as decisões adaptadas na base dos factos apurados. Emmanuel Macron apelou à transparência e à exemplaridade.

Eva Kaili, uma das vice-presidentes do parlamento europeu, foi entretanto destituída e deve ficar a saber na próxima semana se se mantém ou não em detenção.

Ela e 3 outras pessoas, incluindo o namorado italiano, Francesco Giorgi, que é assistente parlamentar, são suspeitos de ter beneficiado de luvas do Qatar para influenciar as decisões económicas e políticas da União Europeia quanto ao emirado.

Foi necessário um ano de investigação da justiça belga, em colaboração com outros países, para se chegar a este patamar de informação.

O diário italiano La Repubblica e o belga Le Soir alegam que Giorgi confessou que se tratava de um esquema implementado pelos serviços secretos marroquinos e pelo Qatar.

Num contexto em que Marrocos pretenderia legitimar a sua ocupação do Sahara ocidental e evitar problemas ligados aos fluxos migratórios.