Irão: segunda execução de manifestante

No Irão, um segundo detido foi executado, esta segunda-feira dia 12 de Dezembro, por ter participado nas manifestações que abalam o país ha cerca de três meses. Majidreza Rahnavard foi enforcado publicamente, na cidade de Machad, no nordeste do país. 

Um cartaz contra a pena capital, numa manifestação contra o regime iraniano, organizada em Berlin, no dia 10 de Dezembro de 2022. REUTERS - MICHELE TANTUSSI

Esta segunda execução aconteceu publicamente, ao contrário da primeira, e imagens do corpo de Majidreza Rahnavard, enforcado a uma grua, foram divulgadas pelo órgão da autoridade judicial iraniana, a Mizan. 

Acusado de ter esfaqueado até à morte dois membros das forças de segurança, Majivreza Rahnavard é o segundo condenado à morte relacionado com o movimento de contestação inédito desde a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana detida por não ter respeitado o código de vestimenta do pais. 

Segundo fontes locais, pelo menos 25 outras pessoas detidas enfrentam uma execução por terem participado nos protestos, acusadas pelas autoridades iranianas de "travar uma guerra contra Deus", uma acusação que ao abrigo da lei iraniana é punivel com pena de morte.

Várias organizações não-governamentais e ativistas pelo mundo pediram aos países ocidentais reacções mais fortes do que simples declarações, como por exemplo que os embaixadores iranianos nas capitais europeias sejam expulsos e que haja uma ruptura radical nas relações diplomáticas com o país. 

Em quase três meses de protestos, morreram cerca de 500 pessoas e pelo menos 15 mil foram detidas nesta contestação inédita, inédita pela sua duração, pela dimensão geográfica, com manifestações em todas as províncias do país e pela participação de diferentes grupos étnicos e classes sociais.

As autoridades de Teerão, por seu lado, acusam as potências estrangeiras de fomentarem os protestos.