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Guerra Rússia/Ucrânia

Autoridades russas evacuam cidade de Kherson

A poucos dias de se completarem oito meses de guerra na Ucrânia, os militares de Kiev tentam recuperar várias cidades ocupadas pela Rússia. O exército ucraniano está a levar a cabo uma rápida contra-ofensiva na cidade de Kherson, no sul, que já obrigou as autoridades russas a anunciar a retirada de cerca de 60 mil pessoas.

Guerra na Ucrânia (imagem de arquivo).
Guerra na Ucrânia (imagem de arquivo). AP - Rodrigo Abd
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A pouco e pouco, os militares ucranianos fazem avanços na linha da frente. As forças armadas da Ucrânia estão agora a tentar recuperar várias cidades, entre elas Kherson, uma das regiões anexada pela Rússia no mês passado.

Vladimir Saldo, chefe da administração desta cidade ucraniana ocupada, disse, na rede social Telegram, que as autoridades russas estão a proceder à retirada de cerca de 60 mil pessoas.

"A transferência organizada de moradores para a outra margem do rio Dnipro começou em Kherson. Está prevista a retirada de 50 a 60 mil pessoas", salientou o responsável russo.

Para além de retirar a população, a Rússia decidiu ainda transferir a administração civil e militar e todos os ministérios para a outra margem do rio Dnipro, de acordo com Vladimir Saldo, que garantiu que a Rússia vai combater no terreno "até à morte".

Kiev já reagiu a esta decisão tomada pela Rússia e acusa o país vizinho de "assustar" os residentes de Kherson com falsas informações relativas a alegados bombardeamentos, que, segundo Moscovo, estão a ser levados a cabo pelos militares ucranianos.

"Os russos estão a tentar intimidar o povo de Kherson com falsos boletins informativos sobre o bombardeamento da cidade pelo nosso exército. Este programa de propaganda não vai funcionar. Esta é uma táctica bastante primitiva, uma vez que as forças armadas ucranianas não bombardeiam cidades ucranianas, ao contrário dos russos", disse Andrii Yermak, chefe do gabinete do Presidente ucraniano.

Entretanto, perante os últimos acontecimentos, o chefe de Estado russo, Vladimir Putin decidiu assinar um decreto que introduz a lei marcial nas quatro regiões anexadas pela Rússia (Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson). 

Também esta quarta-feira, os alarmes sonoros começaram a tocar em Kiev, Mykolaiv, e Chernihiv, segundo o jornal The Guardian, o que pode indicar a existência de novos ataques russos.

Ataques contra estruturas elétricas deixam várias cidades ucranianas sem eletricidade

Nos últimos dias, os bombardeamentos russos contra várias infra-estruturas, incluindo instalações elétricas, têm sido uma constante em várias cidades ucranianas. De acordo com Kiev, mais de 1100 localidades ucranianas continuam sem abastecimento eléctrico.

Ursula Von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, classificou, esta quarta-feira, estes ataques como "crimes de guerra", num discurso proferido no Parlamento Europeu.

"Ontem vimos novamente os ataques direcionados da Rússia contra uma infraestrutura civil. Isso está a marcar mais um capítulo numa guerra já muito cruel. A ordem internacional é muito clara", começou por dizer.

São crimes de guerra", reiterou Von der Leyen.

"Os ataques direccionados à infraestrutura civil com o objetivo claro de cortar o acesso de homens, mulheres e crianças a água, eletricidade e aquecimento com a chegada do inverno, são atos de puro terror", acrescentou a líder europeia.

13 drones abatidos em Mykolaiv durante a noite

Na cidade de Mykolaiv, também no sul, as forças ucranianas dizem ter abatido 13 drones na noite de ontem. 

"Durante a noite de 18 para 19, o inimigo atacou a região de Mykolaiv duas vezes com drones kamikaze 'Shahed-136'. Onze foram abatidos pela defesa aérea do comando sul e outros dois por soldados da Guarda Nacional da Ucrânia e do Serviço de Fronteiras da Ucrânia", referem as Forças Armadas Ucranianas, em comunicado.

Na rede social Telegram, também Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, falou sobre o assunto. "Hoje, a batalha por uma vida norma para o nosso povo continuou. Alguns dos drones e mísseis russos foram abatidos", salientou, reiterando que a Ucrânia vai vencer esta guerra.

A Ucrânia defende que os bombardeamentos de Moscovo são efectuados com recurso a drones iranianos. O Irão desmente, mas Kiev já pediu à União Europeia sanções suplementares contra Teerão.

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