Acesso ao principal conteúdo
Guiné Conacri

Guiné Conacri : Início de julgamento histórico da violência no estádio da capital

Na Guiné Conacri começa hoje o julgamento do massacre de 28 de Setembro de 2009. Sob pressão do Tribunal Penal Internacional e após oito anos de investigação, onze figuras políticas e militares da antiga junta militar serão julgadas pelo massacre que aconteceu no estádio da capital há 13 anos. Entre os onze réus encontra-se o antigo ditador Moussa Dadis Camara, que regressou à Guiné para assistir ao julgamento.

Moussa Dadis Camara ao chegar do exílio em Conacri, Guiné, quarta-feira, 22 de dezembro de 2021. O homem que liderou um golpe na Guiné em 2008 e cujo breve reinado foi marcado por um massacre no estádio contra manifestantes pacíficos regressou ao país da África Ocidental após mais de uma década no exílio.
Moussa Dadis Camara ao chegar do exílio em Conacri, Guiné, quarta-feira, 22 de dezembro de 2021. O homem que liderou um golpe na Guiné em 2008 e cujo breve reinado foi marcado por um massacre no estádio contra manifestantes pacíficos regressou ao país da África Ocidental após mais de uma década no exílio. © AP Photo/Diallo Abdoul Aziz
Publicidade

É um dia histórico para a Guiné Conacri.  O julgamento, que se inicia hoje, tem lugar na nova sala construída para o efeito, no recinto do Tribunal de Conacri.

Entre os acusados encontra-se o antigo chefe da junta militar, Moussa Dadis Camara. Empurrado para o exílio no Burkina Faso após estes acontecimentos, o antigo ditador regressou à Guiné no início desta semana para participar no julgamento. De acordo com o seu adovogado, ele pretende limpar o seu nome perante os juízes :

"Ele tem finalmente a oportunidade de provar a sua inocência e temos esperança de que, com os pequenos elementos que encontrámos neste caso, o Presidente Moussa Dadis Camara sairá deste julgamento com uma absolvição."

Este é o primeiro julgamento por violações dos direitos humanos na história do país. São ao todo 450 os queixosos, cerca de 30 testemunhas directas deverão comparecer perante o tribunal. Para proteger as vítimas e o seu anonimato e permitir um julgamento mais justo e imparcial, o governo guineense adoptou dois textos de lei para garantir a segurança das vitimas. A presidente da associação das vítimas, Asmaou Diallo declarou à AFP que "Esperamos ter uma justiça clara e transparente, não uma paródia de justiça".

Relembre-se que a 28 de Setembro de 2009, milhares de pessoas se reuniram no estadio de Conacri para protestar contra a possível candidatura de Moussa Dadis Camara nas eleições presidenciais de 2010. A manifestação foi brutalmente reprimida pela junta militar no poder fazendo 156 mortos, 109 mulheres foram violadas e mais de 1400 pessoas ficaram feridas, segundo um relatório da ONU.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.