62% dos chilenos reprovaram alteração da Constituição
A revisão da Constituição chilena foi chumbada no referendo deste domingo, 4 de Agosto. Os chilenos não mostraram interesse na proposta de mudança. Em causa estavam questões como nacionalidade, apoios sociais ou direito ao aborto.
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Os resultados indicam a derrota do novo texto constitucional que tinha o objectivo de substituir a carta magna herdada de Pinochet e garantia o reconhecimento de vários direitos aos povos indígenas, além de limitar a exploração mineira.
A rejeição contou com 61,87% dos votos, quase 7,9 milhões de pessoas, enquanto a aprovação da mudança constitucional com 38,13% dos votos, pouco mais de 4,8 milhões de pessoas. Dos votos, 1,54% foram nulos e 0,59% foram em branco.
O Serviço Eleitoral do Chile informou que, segundo dados preliminares, os eleitores do Chile escolheram, rejeitar a proposta da nova Constituição e seguir com a carta magna herdada da ditadura de Augusto Pinochet.
Os chilenos acreditavam na possibilidade de sair tanto o "não" à nova Constituição, mas ninguém esperava que os resultados fossem tão díspares. "É muito desespero e muita gente não estava à espera porque tudo o que foram sondagens davam alguma vantagem à opção de rejeitar a nova Constituição, mas nunca com tanta diferença", lembra Ana Figueiredo, professora universitária em Santiago.
O que influenciou o resultado foi o voto obrigatório lembra a docente, "sabíamos que iria ser imprevisível, mas não desta maneira". O facto de dar "mais direitos sociais aos povos originários" e o "legado do catolicismo e evangelismo acabaram por ganhar", descreve.
"Creio que a herança de Pinochet continua com toda a força, ou seja, muitas das pessoas que acabam por dizer não à nova Constituição são defensoras, abertamente, de Pinochet e do seu legado em termos económicos. Dar muitos direitos à população indígena também levantou muitas questões", aponta Ana Figueiredo.
Ana Figueiredo, professora universitária em Santiago
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