Portugal: Greve da Portway com impacto também nas ligações a África

Os trabalhadores da Portway Handling, uma agência de assistência em escala que opera nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Beja com mais de 80 companhias aéreas, deram início nesta sexta-feira (26) a uma greve de três dias. As ligações para África também serão afectadas.

Greve na Portway obriga a cancelamento de 83 voos em Portugal. Ligações para África também serão impactadas. REUTERS/Jose Manuel Ribeiro

Em comunicado publicado na quinta-feira (25), a ANA (Aeroportos de Portugal) e a Portway alertaram para o cancelamento de 83 voos e perturbações nas operações de 22 companhias aéreas, nomeadamente a Cabo Verde Airlines, a Transavia, a TAAG, a Turkish Airlines e a Easyjet, entre outras.

Por consequência, os voos e escalas de e para Portugal poderão sofrer impactos em todo o espaço lusófono, como é o caso da Cabo Verde Airlines que comunicou o cancelamento de seis voos de e para Lisboa, assim como os serviços prestados.

Questionado pela agência Lusa sobre a adesão à greve, o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil para a Portway, Pedro Figueiredo, informou sobre os números contabilizados.

"Neste momento estamos com adesão de cerca de 90% em Lisboa, 85% no Porto, Funchal entre 60 a 70% e em Faro 40 a 50% de adesão."

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) denunciou esta sexta-feira a Portway à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), por uma suposta contratação de serviços externos para substituir os grevistas por trabalhadores "sem experiência", algo que violaria a lei. A empresa desmente esta acusação.

Clima de terror psicológico e instabilidade

De acordo com a estrutura sindical, a política de recursos humanos da empresa provocou um "clima de terror psicológico, onde proliferam ameaças e instauração de processos disciplinares, criando uma instabilidade social sem ímpar na história da empresa".

O comunicado acrescenta ainda que os trabalhadores esperam que a empresa cumpra com o pedido de pagamento de feriados a 100% a todos os trabalhadores, como previsto num acordo assinado em 2019, e actualizações salariais imediatas, que tenham em conta o cenário de inflação.