António Guterres em Odessa: "Cada navio é um símbolo de esperança"
António Guterres já chegou à cidade ucraniana de Odessa, local onde está localizado o porto que está a ser utilizado para a exportação de cereais, após o acordo conseguido entre a Ucrânia e a Rússia, com mediação da ONU e da Turquia.
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Depois de ter passado pela cidade ucraniana de Lviv, onde se encontrou com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky e o chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdoğan, para encontros bilaterais sobre a exportação de cereais e a situação na central nuclear de Zaporijia, o secretário-geral da ONU chegou esta sexta-feira, 19 de Agosto, à cidade de Odessa.
António Guterres mostrou-se emocionado por estar nesta cidade no sul do país, de onde já partem navios com cereais, que serão exportados para outras partes do mundo.
Apesar disso, relembrou que é triste "olhar para o porto de Odessa e ver os terminais praticamente vazios" e disse esperar que esta situação se altere em breve.
Guterres salientou ainda que é importante estar neste porto ucraniano no Dia Mundial da Ajuda Humanitária e lamentou o facto do porto de Odessa não ter estado em funcionamento durante meses por causa da guerra. Contudo, o representante da ONU reconheceu os esforços diplomáticos levados a cabo pela ONU e pela Turquia para desloquear esta situação, o que culminou num "acordo sem precedentes" para a exportação de cereais.
Guterres fala em 25 navios que já partiram de Odessa e de outros portos ucranianos, com mais de 600 toneladas de alimentos.
O representante da ONU disse também que cada navio "é um símbolo de esperança" para os agricultores ucranianos, para os marinheiros que sabem que podem navegar em segurança pelo Mar Negro e também para as pessoas e países mais vulneráveis do mundo.
A partir de Odessa, António Guterres deixou ainda um apelo aos países mais ricos do mundo para "abrirem as carteiras e os corações", de modo a ajudar a facilitar a distribuição de cereais a quem mais precisa. Para além disso, pediu ajuda aos governos e ao setor privado na concretização deste objetivo.
"Todos devemos fazer mais para garantir total acesso global aos produtos ucranianos, bem como fertilizantes e alimentos russos", rematou.
Entretanto, o representante pediu também à Rússia para não desconectar a central nuclear de Zaporijia da rede de energia elétrica ucraniana, numa altura em que a cidade é atingida por vários ataques. A Rússia e a Ucrânia trocam acusações quanto à responsabilidade dos bombardeamentos.
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