Acesso ao principal conteúdo
Taiwan

Nancy Pelosi aterrou em Taiwan em plena controvérsia com a China

Nancy Pelosi que está desde ontem a efectuar uma digressão pela Ásia, acaba de aterrar em Taiwan. Isto apesar de a China ter tornado a avisar nesta terça-feira que se a Presidente da Câmara dos representantes se deslocasse a esse território cuja soberania é reclamada por Pequim, os «Estados Unidos iriam ter de pagar o preço» do que é visto pelos chineses como uma provocação.

Painel anunciando a chegada de Nancy Pelosi a Taiwan neste dia 2 de Agosto de 2022.
Painel anunciando a chegada de Nancy Pelosi a Taiwan neste dia 2 de Agosto de 2022. AP - Chiang Ying-ying
Publicidade

A Presidente da Câmara dos Representantes, 82 anos, que está desde ontem a efectuar uma digressão que já a levou a Singapura e à Malásia e deve levá-la ainda à Coreia do Sul e ao Japão, chegou no final do dia a Taiwan onde foi acolhida pelo chefe da diplomacia da ilha separatista, Joseph Wu.

Anunciada apenas pelo jornal taiwanês ‘Liberty times’, sem nunca chegar a ser confirmada por nenhuma fonte oficial, esta visita de Pelosi teria em agenda um encontro com a presidente independentista taiwanesa Tsai Ing-Wen.

Esta visita foi imediatamente denunciada por Pequim como sendo «uma atitude extremamente perigosa dos Estados Unidos», a China tendo anunciado «acções militares» com alvos concretos.

Pelosi contudo considerou que a sua deslocação demonstra «o apoio incondicional do seu país à ilha» a responsável afirmando ainda à chegada a Taiwan que ela «não entra em contradição» com a política do seu país relativamente à China.

Com efeito, poucas horas antes de Pelosi aterrar na ilha, Pequim tinha acusado os Estados Unidos de violar um compromisso assumido em 1979, segundo o qual Washington não iria ter nenhuma relação oficial com Taiwan.

Na semana passada, esta questão chegou mesmo a ser abordada numa conversa telefónica entre o Presidente americano e o seu homólogo chinês que apelou os Estados Unidos a «não brincar com o fogo» .

Reagindo antecipadamente a esta deslocação, a Rússia, aliada da China, qualificou esta visita de «pura provocação» e acusou os Estados Unidos de «desestabilizar o mundo».

A visita de Pelosi a Taiwan é a primeira visita de um responsável americano da sua importância àquela ilha desde 1997, ano em que se deu a última deslocação a Taiwan de um Presidente da Câmara dos Representantes que, na altura, era o republicano Newt Gingrich.

Apesar de não existirem oficialmente relações entre Washington e Taiwan, existem contactos, havendo inclusivamente visitas regulares de responsáveis e parlamentares àquela ilha que beneficia do apoio militar dos Estados Unidos, apesar de este país nunca ter declarado abertamente qual seria a sua atitude em caso de ofensiva militar chinesa.

A ilha separatista habitada por 23 milhões de pessoas vive há largos anos sob a ameaça de uma invasão chinesa, uma ameaça que tem vindo a tornar-se cada vez mais concreta, com o crescente posicionamento de militares chineses na zona.

Ainda no domingo, a China organizou um exercício militar «com balas reais» no estreito de Taiwan, mas numa região situada mais perto do litoral chinês.

Por seu turno, na semana passada, Taiwan efectuou exercícios anuais abrangendo a simulação de um ataque chinês.

Refira-se ainda que desde ontem e durante duas semanas decorrem exercícios militares envolvendo 4 mil soldados americanos e indonésios juntamente com unidades das forças da Austrália, Japão e Singapura nas ilhas de Sumatra e Riau. Movimentações que acontecem num contexto de crescente tensão no mar da China entre Pequim e alguns países da região apoiados pelos Estados Unidos.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.