Sri Lanka: Parlamento elege novo Presidente
O Parlamento aceitou esta sexta-feira, 15 de Julho, a demissão do Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, e vai eleger o seu sucessor no próximo dia 20 de Julho. Em Colombo, os manifestantes festejaram a notícia e reclamaram a demissão do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe que assumiu interinamente a presidência do país.
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A demissão de Gotabaya Rajapaksa, anunciada pelo presidente do Parlamento, Mahinda Yapa Abeywardana, foi festejada nas ruas da capital cingalesa, porém os manifestantes exigem agora a demissão do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe que assumiu interinamente a presidência do país.
Ranil Wickremesinghe vai assegurar os destinos do país até que o Parlamento eleja, no próximo dia 20 de Julho, um novo Presidente. As candidaturas serão recebidas até ao dia 19 e no dia a seguinte os deputados fazem a sua escolha.
O Presidente do Sri Lanka fuguiu do país na quarta-feira, quando se intensificaram os de protestos que exigiam a demissão por causa de uma crise económica.
Os manifestantes, que tinham ocupado os edifícios governamentais, anunciaram ontem o fim da ocupação, mas prometeram continuar os protestos.
A oposição política e os manifestantes acusam Gotabaya Rajapaksa de desvio de fundos públicos durante vários anos e responsabilizam as medidas impostas pelo chefe de Estado de provocarem o colapso económico do país.
A família do Presidente negou as alegações de corrupção, contudo Rajapaksa reconheceu que algumas das políticas contribuíram para a crise na qual está megulhado o país.
O Sri Lanka, que até aqui tinha um nível de vida invejado por países vizinhos, como a Índia, teve uma queda dramática do turismo devido a um ataque jihadista em 2019, seguindo-se a pandemia de cocid-19 que afastou ainda mais a entrada de estrangeiros. Em Abril de 2022, o país não conseguiu pagar os juros da sua dívida externa, que é de mais de 51 mil milhões de dólares.
Com a inflação a mais de 50%, os habitantes do Sri Lanka têm dificuldades em abastecer os seus veículos, constantes cortes de electricidade e falta de alimentos. Muitos analistas apontam o dedo destas dificuldades financeiras também à má gestão do país que há mais de 20 anos é liderado pelo clã dos irmãos Rajapaksa, com Gotabaya a ter sucedido ao irmão Mahinda em 2019.
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