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#Japão

Primeiro-ministro japonês revalida maioria em eleições marcadas pelo luto

No Japão, a coligação no poder revalidou a sua maioria no Senado durante as eleições deste domingo, marcadas pelo assassínio, dois dias antes, do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe. Com este resultado, o primeiro-ministro Fumio Kishida poderá potencialmente avançar para a revisão da Constituição, uma iniciativa que estava entre as prioridades políticas de Shinzo Abe mas que este não conseguiu promover durante o seu mandato.

Contagem de votos. Tóquio, 10 de Julho de 2022.
Contagem de votos. Tóquio, 10 de Julho de 2022. AFP - KAZUHIRO NOGI
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A coligação formada pelo Partido Liberal Democrático (PLD), do primeiro-ministro Fumio Kishida, e o partido aliado, Komeito, alcançaram uma ampla maioria, com 76 dos 125 assentos parlamentares em jogo este domingo, passando a controlar 146 dos 248 assentos do Senado. O PLD e o Komeito podem mesmo vir a ter uma "super-maioria" de dois terços da Câmara Alta do Parlamento já que são possíveis alianças com dois outros partidos. Assim, o primeiro-ministro Fumio Kishida poderá avançar para a revisão da Constituição pacifista do país, uma iniciativa polémica que estava entre as prioridades políticas de Shinzo Abe mas que este não conseguiu promover durante o seu mandato. A reforma visa fornecer ao país mais competências em matéria de Defesa, num momento em que o cenário da segurança internacional está cada vez mais hostil.

A revalidação da maioria acontece dois dias depois do assassínio do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, cujo velório acontece esta segunda-feira em Tóquio, seguido do funeral na terça-feira. A fechar uma digressão ao sudeste da Ásia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, passou por Tóquio, esta segunda-feira, para apresentar pessoalmente as condolências ao actual chefe de Governo.

Shinzo Abe morreu na sexta-feira, aos 67 anos, depois de ter sido atingido com dois tiros quando discursava num comício de rua do PLD, na cidade de Nara, no oeste do Japão. Nesse mesmo dia, Fumio Kishida anunciava que as eleições de domingo seriam realizadas porque o país não iria ceder à violência.

O suspeito foi detido no local e identificado como Tetsuya Yamagami, de 41 anos, alegadamente um antigo elemento da marinha japonesa. Segundo as autoridades, ele explicou ter visado deliberadamente o antigo primeiro-ministro porque pensava que ele estava ligado a uma organização religiosa a que a sua mãe teria transferido somas importantes, colocando a família em grandes dificuldades financeiras. Esta segunda-feira, a Igreja da Unificação, conhecida como “seita Moon”, confirmou que a mãe do suspeito era membro da organização.

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