Itália: Começa julgamento do colapso da ponte de Génova
A Itália começou a julgar, esta quinta-feira, 59 pessoas, incluindo vários empresários acusados de responsabilidade no colapso da ponte Morandi, em Génova, em 2018. Quarenta e três pessoas morreram na altura.
Publicado a:
Foi a 14 de Agosto de 2018, às 11H36 locais, sob forte chuva, que uma parte da ponte Morandi desabou, arrastando veículos e passageiros. Quarenta e três pessoas morreram, incluindo quatro crianças.
A tragédia revelou o péssimo estado das infraestruturas de transportes e a empresa Autostrade per l'Italia foi acusada de não ter feito a manutenção adequada da ponte.
A investigação judicial concluiu que "entre a inauguração da ponte, em 1967, e a queda, 51 anos depois, não foram realizadas intervenções mínimas para reforçar o pilar número nove". Vários advogados de defesa contestam o relatório e poderão pedir a sua anulação e reclamar um novo.
Em Fevereiro, um dos procuradores, Walter Cotugno, disse que a ponte "era uma bomba-relógio" e que não há dúvidas de que os directores da Autostrade e da sua filial Spea, responsável pela manutenção, "tinham consciência do risco de um colapso", mas não financiaram novas obras para "preservar os lucros dos accionistas".
A maioria dos arguidos são directores e técnicos, nomeadamente o então CEO da Autostrade, Giovanni Castellucci, que se aposentou em 2019 com uma indemnização de 13 milhões de euros, e o ex-diretor da Spea Antonino Galata, assim como funcionários do ministério das Infra-estruturas.
O julgamento deverá durar mais de um ano e acontece na maior sala do tribunal de Génova, na presença de familiares das vítimas. No exterior, foi criada uma infra-estrutura com ecrãs para o público poder assistir às audiências.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro