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Guerra na Ucrânia

António Guterres aponta o dedo à Rússia e lembra que a guerra traz a fome

O secretário-geral da ONU, António Guterres falou ontem perante o Conselho de Segurança e disse que a organização já tinha distribuído fundos e alimentos a mais de três milhões de ucranianos desde o início do conflito.

António Guterres falou no Conselho de Segurança que aconteceu na quinta-feira, em Nova Iorque.
António Guterres falou no Conselho de Segurança que aconteceu na quinta-feira, em Nova Iorque. Lev Radin/Sipa USA via Reuters C - Lev Radin
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António Guterres, secretário-geral da ONU, foi muito claro no discurso perante o Conselho de Segurança. Quando este órgão debate um conflito, está a debater a fome e quando este órgão não toma uma decisão clara, quem paga são as pessoas que vivem nos territórios assolados pela guerra.

"Que não haja dúvidas, quando se debate um conflito no Conselho, vós debateis  a fome. Quando vós tomais decisões sobre a manutenção da paz e missões política, são decisões que dizem respeito à fome. E quando o Conselho não chega a um consenso, são as pessoas com fome que pagam o preço mais alto", disse António Guterres.

Numa interpelação directa à Rússia e aos seus dirigentes, Guterres lembrou que até Março, a Ucrânia detinha algumas das maiores reservas alimentares do Mundo, mas devido à guerra, a ONU foi obrigada a intervir distribuindo dinheiro e comida a pelo menos três milhões de ucranianos.

O líder da ONU lembrou que 60% das pessoas no Mundo que passam fome, vivem num país destruído pela guerra. Assim, dos 140 milhões de pessoas que sofrem de fome extrema, grande parte vivem no Congo, Etiópia, Haiti, Nigéria, Paquistão, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Iémen, com oito destes países a constarem no topo das prioridades do Conselho de Segurança devido a conflitos.

Os impactos da guerra são ainda ampliados pelos efeitos das alterações climáticas na agricultura e a insegurança económica mundial, com a inflação a atingir valores muitos elevados em vários países, assim com a escassez alimentar de alguns produtos.

Na sua recente visita a África, onde passou Nîger, António Guterres disse ter verificado a confluência deste factores que resulta numa verdadeira urgência alimentar. O respondável da ONU anunciou 30 milhões de dólares de ajuda suplementar ao Sahel, especialmente no Niger, Mali, Chade e Burkina Faso.

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