Coligação pro-Hezbollah perde influência parlamentar no Líbano
Saíram hoje os resultados finais das legislativas libanesas de 2022, com 41% dos votantes a ir às urnas no passado Domingo - um número inferior ao das eleições de 2018, mas mesmo assim, mais positivo do que esperado.
Publicado a:
Ouvir - 01:27
Para esta participação, contribuiu por um lado, a diáspora libanesa no estrangeiro que foi mais participativa nos votos do que anteriormente e por outro, algumas listas independentes ofereceram ao eleitorado libanês escolha partidária mais variada do que em 2018.
O aspecto mais saliente no rescaldo destas legislativas foi a perda de assentos parlamentares da coligação Hezbollah/Movimento Patriótico Livre (que tinham a maioria no Parlamento antes destas eleições) e uma ascendência por parte das Forças Libanesas, que tornou-se no partido cristão com mais representação parlamentar. O seu líder, Samir Geagea, é um forte crítico da presença do Hezbollah no Líbano e respectiva influência política e ideológica do Irão.
Um outro ponto de relevo foi a ausência do líder sunita e ex-primeiro-ministro Saad Hariri nestas legislativas, o que criou uma crise de identidade partidária nos seus apoiantes (muitos deles optaram pela abstenção) mas também o aparecimento de outros líderes sunitas, como Ibrahim Mneimneh.
Apesar das 3.600 irregularidades identificadas por monitores nas urnas, estas eleições foram vistas de forma positiva e o secretário-geral da ONU, António Guterres, realçou a necessidade de criar um governo inclusivo com o intuito de finalizar um acordo com o FMI para solucionar a crise económica do Líbano (inclusive a respectiva moeda nacional, cujo valor desceu ainda mais desde o desfecho destas eleições).
Para que este plano resulte, o novo parlamento terá de nomear um primeiro-ministro e criar um novo Governo.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro