Ministros do G7 criticam decisão de proibição de exportação de cereais por parte da Índia
A Índia proibiu a partir deste sábado a exportação de cereais, uma medida constestada pelos ministros da Agricultura do G7 que dizem que este género de decisões podem agravar a situação já complicada da escassez de cereais no Mundo.
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A Índia, segundo maior produtor de cereais no Mundo, anunciou no sábado que vai proibir a exportação deste bem essencial, com as saídas dos cereais a estarem apenas autorizadas por decretos governamentais e em casos muito excepcionais. Mesmo se a maior parte da produção indiana serve para o consumo interno, perante o cenário de guerra na Ucrânia, esta decisão pode vir a afectar o aprovisionamento mundial de cereais.
Os ministros da Agricultura do G7 reuniram-se este fim de semana em Estugarda, na Alemanha, e criticaram a decisão da Índia, alegando que se todos os países tomarem a mesma posição, isso só prejudicará o mercado mundial de cereais. A própria Índia e os seus agricultores também podem ser prejudicados, avisou o ministro da Agricultura alemão, Cem Özdemir.
A Índia representa cerca de 13,5% da produção mundial de cereais, e segundo o Governo de Nova Deli, a decisão de proibir as exportações não se deve só ao conflito na Ucrânia, mas também às vagas de calor que têm dizimado a produção deste ano. Juntando a crise alimentar, à crise energética, a inflação na Índia aumentou quase 8% nos últimos meses.
Desde a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, o preço do trigo disparou no mercado mundial, já que a Ucrânia representa cerca de 30% das exportações mundiais deste cereal, com a cultura deste ano a ser arruinada devido à guerra.
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