Crise política agrava-se no Sri Lanka
A crise política, social e económica intensifica-se no Sri Lanka. Na noite deste domingo, 26 ministros apresentaram a demissão e esta segunda-feira o Presidente Gotabaya Rajapaksa convidou a oposição para se juntar a um governo de união.
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O Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, apelou, esta segunda-feira, para que a oposição se junte a um governo de união, horas depois de 26 ministros se terem demitido. Em causa, a grave crise económica e os protestos populares a exigir a retirada do Presidente.
“O Presidente convida todos os partidos políticos no Parlamento para aceitar os postos ministeriais e para se unirem na busca de soluções para a crise nacional”, declarou o gabinete presidencial em comunicado.
Esta segunda-feira, o governador do Banco Central também anunciou que se demite.
O país de 22 milhões de habitantes está a braços com uma penúria de bens essenciais, alimentos, combustível, medicamentos, cortes de electricidade e uma inflação recorde. Os economistas alertam que as decisões políticas agravaram os problemas, nomeadamente a redução de impostos antes da pandemia que privou o Estado de receitas e aumentou a dívida.
O governo reconheceu que esta é a pior crise económica desde a independência, em 1948, e pediu ajuda ao Fundo Monetário Internacional, mas as negociações poderão durar até ao final do ano.
O exército e a polícia encontram-se em estado de alerta elevado, apesar de o recolher obrigatório de 36 horas ter terminado esta segunda-feira e ainda que os serviços de segurança esperem mais manifestações e novos incidentes. Tanto é que o exército está autorizado a prender suspeitos no âmbito do estado de emergência declarado na sexta-feira. Estado este que foi declarado pelo Presidente depois de uma multidão ter tentado tomar a sua residência na quinta-feira.
Este domingo à noite, centenas de pessoas voltaram a protestar, em manifestações pacíficas, em várias cidades para denunciar a gestão da crise e para reclamar a saída do Presidente. As concentrações aconteceram apesar de o acesso às redes sociais ter estado bloqueado várias horas. Os protestos prometem continuar.
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