Mariupol continua por evacuar e Rússia quer pagamento em Rublos pelo seu gás

No 36º dia da invasão russa à Ucrânia, as autoridades ucranianas continuaram a tentar organizar a evacuação das cerca de 160 mil pessoas que ainda estariam bloqueadas na cidade portuária de Mariupol, no sul do país, que se encontra em estado de sítio praticamente desde o começo da invasão russa há 5 semanas.

Danos em edifícios de Mariupol, no sul da Ucrânia, no dia 29 de Março de 2022. AP - Alexei Alexandrov

Entretanto, apesar de promessas feitas na terça-feira de que iria diminuir a intensidade dos seus ataques nomeadamente contra Kiev e outros pontos do país, a Rússia tem continuado os seus bombardeamentos. Tanto para Kiev como para a NATO, Moscovo está apenas a reposicionar as suas tropas e «o país deve preparar-se para novas ofensivas».

No aspecto político, num discurso dirigido hoje aos parlamentares holandeses, o Presidente ucraniano pediu que o país boicote as importações de gás russo. Em seguida, Zelensky fez um apelo semelhante aos deputados da Bélgica aos quais pediu igualmente que esse país, onde funcionam algumas das principais plataformas de lapidação de diamantes brutos, deixe de adquirir diamantes junto de empresas russas. Calcula-se que em 2021, os operadores russos do sector tenham realizado lá receitas ascendendo a 1,8 mil milhões de dólares.

Paralelamente, Moscovo que hoje anunciou proibir a entrada no seu território de dirigentes europeus, nomeadamente eurodeputados, em reacção às sanções adoptadas contra as suas autoridades, também ameaçou cortar o gás aos países "hostis" se não pagarem o seu fornecimento em Rublos, a moeda russa, já a partir de amanhã, o que poderia afectar fortemente os países da União Europeia.

Recorde-se que poucos dias depois do início da ofensiva russa na Ucrânia, os países ocidentais, nomeadamente os países da União Europeia, decidiram excluir a Rússia dos principais circuitos de transacções financeiras, cuja moeda de referência é o Dólar.

Todavia, contrariamente aos Estados Unidos que optaram no começo do mês, por aplicar um embargo à importação de hidrocarbonetos russos, os países da União Europeia continuam a importar esses produtos, dada a forte dependência que alguns países-membros têm em relação ao petróleo e ao gás russo.