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Literatura

Escritor timorense Luís Cardoso vence prémio Oceanos 2021

O escritor timorense Luís Cardoso venceu a edição de 2021 do prémio brasileiro Oceanos com o livro "O Plantador de Abóboras”, publicado em Portugal pela editora abysmo.

O livro "O Plantador de Abóboras", de José Cardoso, foi publicado em Dezembro de 2020 em Portugal pela editora Abysmo.
O livro "O Plantador de Abóboras", de José Cardoso, foi publicado em Dezembro de 2020 em Portugal pela editora Abysmo. © Abysmo
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É a primeira vez que um livro de um autor do continente asiático figura entre os finalistas e vencedores deste prémio brasileiro, que contempla os autores lusófonos nos diferentes países de expressão portuguesa.

Para o júri, segundo comunicado oficial deste prémio, o livro do autor timorense José Cardoso, "ressaltou a destreza e a desenvoltura narrativa do autor na construção da história atravessada pela violência que marcou o passado colonial do Timor-Leste".

"É um romance que nos lembra que a língua portuguesa permanece viva e ganhou densidade e profundidade em cada fração de terra onde é falada. É um romance que nos faz refletir também que a história de uma personagem nunca é solitária – é uma história que carrega consigo a história de sua comunidade, de seu povo e, neste caso, a história de um país: o Timor-Leste”, disse o escritor brasileiro Itamar Vieira Junior, que integra o júri deste galardão.

"O Plantador de Abóboras”, livro publicado em Dezembro de 2020, em Portugal, conta assim 100 de história de Timor e das suas ocupações, através de um olhar feminino.

Na cerimónia de premiação, que teve transmissão em direto nas redes sociais. José Cardoso explicou que após uma grande ausência do seu país, já que pertencia à resistência, voltou a Timor em 2001, após a independência com José Saramago, tendo encontrado nessa altura mulheres timorenses que lhe contaram a história do país.

"Em Timor, durante as ocupações, as mulheres são sempre vítimas. Dos homens timorenses resistentes e também dos ocupantes, coisas terríveis. [...] Resolveram contar-me estas histórias de mulheres que sofreram no corpo e na carne, a história da ocupação de Timor", lembrou o autor.

Em segundo lugar do Prémio Oceanos ficou a obra “O Ausente”, do escritor brasileiro Edmilson de Almeida Ferreira, e em terceiro lugar o livro “O osso do meio” do autor português Gonçalo M. Tavares.

Luís Cardoso nasceu em Kailako, uma vila no interior de Timor, tendo prosseguido os estudos superiores em Lisboa. Durante a ocupação da Indónesia, Cardoso foi representante do Conselho Nacional da Resistência Maubere em Portugal. É autor de obras como A Última Morte do Coronel Santiago (2003) ou Requiem para o Navegador Solitário (2007).

O Prémio Oceanos é apoiado pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo do Brasil, do Banco Itaú, do Instituto Cultural Vale, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, bem como com apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para além do apoio e governança do Itaú Cultural.

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