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Afeganistão

ONU: "Afeganistão está à beira de uma das piores crises humanitárias do mundo"

A ONU considerou hoje que o Afeganistão está à beira de uma das piores crises humanitárias do mundo. De acordo com as Nações Unidas, numa população de 39 milhões de habitantes, quase 23 milhões vão enfrentar uma grave insegurança alimentar nos próximos meses.

Crianças numa lixeira de Cabul em Dezembro de 2019.
Crianças numa lixeira de Cabul em Dezembro de 2019. AP - Altaf Qadri
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Ao apelar a comunidade internacional a desbloquear fundos congelados no intuito de dar apoio humanitário ao país, David Beasley, director executivo do PAM, Programa Alimentar Mundial, recordou que há ainda dois meses, a insegurança alimentar dizia respeito a 14 milhões de pessoas, contra 22,8 milhões neste momento, o risco de fome devendo afectar mais de 50% da população afegã neste inverno.

O PAM menciona designadamente que 37% de afegãos suplementares resvalaram para uma situação de insegurança alimentar aguda comparativamente com o passado mês de Abril. Neste universo encontram-se mais de 3 milhões de crianças com menos de 5 anos.

«Crianças vão morrer. A população vai morrer de fome. A situação vai piorar», sublinhou David Beasley.

Segundo a ONU, esta situação que é atribuída aos efeitos combinados do aquecimento climático e da crise a económica agravados pela incerteza causada pelo regresso dos Talibã ao poder no passado mês de Agosto, já ultrapassa em gravidade a crise vigente na Síria ou no Iémen. Para as Nações Unidas, apenas a República Democrática do Congo está a enfrentar problemas mais graves.

Neste âmbito, a ONU reclama mais de 200 milhões de Dólares para financiar o apoio às populações ameaçadas. Até agora, as Nações Unidas referem ter recebido apenas um terço dos valores necessários.

Os países ocidentais que prometeram centenas de milhões de Dólares de ajuda, estão à procura de um mecanismo para disponibilizar esses valores sem ter de passar pelo governo dos Talibã.

Várias entidades, nomeadamente os Estados Unidos, congelaram os bens do Afeganistão no exterior depois do regresso ao poder dos extremistas que, neste contexto, estão na incapacidade de pagar os salários de todos os funcionários e reerguer o país esgotado por mais de 4 décadas de guerra.

Neste sentido, ainda hoje Moscovo reiterou o seu apelo para que os países ocidentais ajudem economicamente o Afeganistão de modo a evitar que este território resvale para o tráfico de droga e o terrorismo, desestabilizando ainda mais a região da Ásia Central.

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