Suíça vota a favor da proibição do véu islâmico burca em lugares públicos
Os eleitores suíços votaram este domingo, num referendo que deve decidir sobre a proibição ou não do uso da burca e do nicab muçulmanos em lugares públicos. As estimativas do apuramento dos votos, efectuadas em 22 dos 26 cantões federais suíços confirmaram a vitória da não autorização do uso da burca ,em público, na Suíça.
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O chamado voto anti-burca ocorreu depois de anos de debate na Suíça, na sequência da proibição da burca nalguns países europeus, assim como em vários Estados de maioria muçulmana.
Segundo observadores ,o referendo de domingo decorreu numa altura em que se vê raramente mulheres com o véu islâmico nas ruas das cidades suíças.
O referendo que preconizava o "sim à proibição " do rosto inteiramente tapado, não menciona expressamente a burca, nem o nicab. O nicab permite que os olhos fiquem descobertos.
Cartazes de campanha em que se lia "Stop o islão radical" e "Stop o extremismo" foram colocados em várias cidades da Suíça.
Os adversários do referendo colaram também cartazes, nos quais eles consideraram absurda a lei anti-burca.
O texto incialmente proposto pelo partido populista de direita, UDC, obteve 51,21% dos votos e uma maioria dos cantões votou a favor da proibição da burca.
Activistas femininas, como Myriam Mastour, receiam que a vitória do "sim", corre o risco de banalizar o xenofobismo e o racismo contra as mulheres muçulmanas da Suíça. Contudo Mastour regojizou-se que a vitória do "sim" se tenha verificado por uma pequena margem.
Mohamed Hamdaoui, deputado socialista do Grande Conselho de Berna (assembleia local) e fundador da campanha "Com rosto descoberto" considerou o resultado "um imenso alívio" .
Segundo Hamdaoui, "o voto de domingo é revelador de uma tomada de consciência.
Mohamed Hamdaoui que reivindica ser laico, acrescentou que o referendo foi uma oportunidade para dizer stop ao islamismo, mas não aos muçulmanos ,que segundo ele têm o seu lugar na Suíça.
Cyrielle Huguenot da Amnistia Internacional na Suíça, afirmou que a proibição do véu islâmico integral (burca) não visa a libertação das mulheres. Ao contrário, segundo Huguenot, a proibição da burca é uma perigosa política simbólica que viola a liberdade de expressão e de religião.
O porta-voz da UDC, Jean-Luc Addor, cujo partido está na iniciativa do referendo, declarou que a proibição não visa os muçulmanos, cuja prática religiosa não é posta em causa. Addor sublinhou que, trata-se antes de defender os "valores da nossa civilização" .
Um inquérito do Departamento Federal Suíço de Estatística, em 2019, revelou que 5,5% da população suíça era de confissão muçulmana, oriunda maioritariamente da ex-Jugoslávia.
O uso da burca é proibido na França, Áustria, Bélgica, assim como na Bulgária e na Dinamarca.
Suíça vota a favor de proibição de burca em lugares públicos 07 03 2021
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