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China

Perito da missão da OMS na China coloca em dúvida dados dos EUA sobre a covid-19

Nesta quarta-feira, um dos peritos da OMS que se deslocou em missão no Wuhan para investigar as origens da covid-19 na China colocou em questão a veracidade das informações dos serviços de inteligência americanos sobre a pandemia, depois de os Estados Unidos terem expressado ontem cepticismo relativamente às primeiras conclusões da OMS sobre a sua missão na China.

Peter Daszak, membro da missão da OMS no Wuhan.
Peter Daszak, membro da missão da OMS no Wuhan. © Getty Images
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"Não confiem demasiado nos serviços de inteligência dos Estados Unidos" porque “estão francamente enganados em muitos aspectos”, escreveu no Twitter o perito da OMS Peter Daszak no último dia da sua missão no Wuhan, reagindo às declarações do Departamento de Estado americano que ontem expressou as suas reservas sobre as primeiras conclusões dos peritos da OMS sobre as possíveis origens da covid-19.

A questão é que o autor do Tweet, Peter Daszak, tem sido acusado de conflito de interesses por ser o presidente da EcoHealth Alliance, uma associação com sede nos Estados Unidos especializada na prevenção de doenças que tem colaborado com o Instituto de Virologia do Wuhan, no centro das investigações da missão da OMS.

Ontem, em conferência de imprensa, a missão da OMS disse continuar a desconhecer a origem da pandemia mas descartou a hipótese veiculada pela antiga administração Trump de que o vírus teria escapado, voluntariamente ou não, de um laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan.

Em reacção a estas declarações, a administração Biden distanciou-se da tese defendida em particular pelo ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo. Contudo, não deixou de expressar o seu cepticismo relativamente ao balanço feito ontem pela OMS. "Em vez de tirar conclusões precipitadas que podem ser motivadas por qualquer outra coisa menos a ciência, queremos verificar aonde os dados nos levam, aonde a ciência nos leva, e as nossas conclusões serão baseadas nisso", declarou o porta-voz da diplomacia americana Ned Price.

Reagindo a estes comentários, o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin garantiu por sua vez que o seu país vai continuar a cooperar com a OMS de maneira "aberta e transparente", este responsável dizendo esperar que os peritos da OMS também possam visitar os Estados Unidos para esclarecer a origem do vírus. Pequim, refira-se, chegou a acusar no ano passado os Estados Unidos de estar na génese da pandemia.

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