Bloqueio ao plano de recuperação da economia domina Conselho Europeu
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia vão discutir, esta quinta-feira, o bloqueio húngaro e polaco ao plano de recuperação da economia, durante uma cimeira por videoconferência inicialmente convocada para abordar uma resposta coordenada à Covid-19.
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A videoconferência desta quinta-feira vem no seguimento daquela que foi realizada há 15 dias. Os líderes europeus consideram necessário reforçar o esforço conjunto para combater a pandemia e darem prioridade às políticas de despistagem e de rastreio de casos de Covid-19 na Europa.
Igualmente importante é coordenação dos esforços em relação a uma futura possível vacina contra a Covid-19. A Comissão Europeia aprovou esta terça-feira mais um contrato com uma farmacêutica para aceder a vacinas seguras e eficazes, quando estiverem disponíveis. A Comissão está a diversificar o portefólio de possíveis futuros produtores da vacina e trata-se do quinto contrato com empresas farmâceuticas. A chegada de uma vacina deverá implicar uma articulação a nível dos 27 Estados-membros.
Na frente da pandemia, este é apenas um dos muitos tópicos que preocupam os líderes europeus. Esta semana juntou-se outra preocupação devido ao veto dos governos húngaro e polaco ao pacote europeu de ajudas massivas de 1,8 biliões de euros para apoiar os Estados-membros face à crise provocada pela pandemia. Budapeste e Varsóvia rejeitam que os fundos europeus estejam condicionados ao respeito pelo Estado de direito e bloquearam o plano de recuperação.
É uma nova crise que se pode abrir na União Europeia e que deverá dominar o encontro desta quinta-feira, sem que se espere para já uma solução para o impasse.
Oiça aqui a reportagem do nosso correspondente em Bruxelas Vasco Gandra.
Reportagem de Vasco Gandra
Na última segunda-feira, a Hungria de Victor Orbán, apoiada pela Polónia, concretizou a ameaça de bloquear todo o processo de relançamento da economia europeia – assente num orçamento plurianual para os próximos sete anos de 1,08 biliões de euros, associado a um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões - por discordar da condicionalidade no acesso aos fundos comunitários ao respeito pelo Estado de direito.
O veto de Hungria e Polónia materializou-se durante uma reunião das representações permanentes dos Estados-membros junto da União Europeia, na qual era suposto os 27 fecharem o compromisso global alcançado na semana passada entre a presidência alemã e o Parlamento Europeu.
Este bloqueio cria uma nova crise política na União Europeia, agudizada na quarta-feira, quando Budapeste e Varsóvia ganharam apoio do primeiro-ministro da Eslovénia.
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