Operação militar etíope contra dissidência na província do Tigre
O exército etíope leva a cabo uma operação contra a dissidência na província do Tigre, no norte da Etiópia. Segundo o Primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed , a acção visa “objectivos limitados”. Os dirigentes da província do Tigre acusam o governo central de Addis Abeba , de encetar uma guerra contra a região. Abiy Ahmed afirma que a operação militar visa estabelecer o Estado de direito,perante a postura do partido Frente de Libertação dos Povos do Tigre (TPLF).
Publicado a:
Recorrendo à uma retórica menos guerreira do que na quarta-feira, o chefe do governo da Etiópia, Abiy Ahmed , prémio Nobel da paz em 2018, afirmou que as operações militares em andamento, na província setentrional do seu país tem objectivos claros limitados, assim como viáveis.
De acordo com Ahmed,entre os objectivos, estão o restabelecimento do Estado de Direito e a ordem constitucional, bem como proteger o direito dos etíopes a viverem pacificamente, aonde quer que seja no país .
Abiy Ahmed denunciou o que ele qualifica de orgulho desmedido e intransigência criminosa , dos dirigentes da Frente de Libertação dos Povos do Tigre (TPLF).
A TPLF, que dominou o poder na Etiópia durante 30 anos, é acusada pelo Primeiro-ministro Abiy Ahmed de sabotar os esforços do governo central de Addis Abeba, para resolver pacificamente o seu diferendo com as autoridades da região do Tigre.
Nenhuma informação oficial foi comunicada pelo executivo sobre a actual operação dos militares etíopes no Tigre, cujas redes de internet e telefónica foram cortadas.
Segundo fontes de diplomáticas, a accção militar decorria nos sectores que ligam o Tigre à região fronteiriça de Amhara.
As citadas fontes assinalaram combates intensos e tiros de artilharia, na estrada que conduz à Humera, nos confins do Sudão e da Eritreia.
O presidente da região do Tigre, Debretsion Gebremichael, declarou na quinta-feira que o governo de Addis Abeba, tinha iniciado uma guerra e uma invasão contra o Tigre.
A Frente de Libertação dos Povos do Tigre acusa o Primeiro-ministro, Abiy Ahmed, de ter marginalizado a minoria do Tigre (6% da população), no seio da coligação no poder, que desde então a abandonou posicionando-se de facto na oposição.
A Onu por intermédio do seu Secretário-geral, António Guterres, expressou o receio sobre o perigo, que o conflito no Tigre faz pairar sobre a estabilidade da Etiópia e o conjunto do Corno da África.
Operação militar etíope contra dissidência na província do Tigre
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro