Termina campanha para eleições de domingo nos Açores
A campanha eleitoral para as eleições regionais nos Açores termina esta sexta-feira. Oposição quer acabar com maioria absoluta do PS. Treze forças políticas disputam, no domingo, os 57 lugares do hemiciclo regional.
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Em tempos de pandemia, a campanha eleitoral nos Açores foi mais contida e foram escassos os almoços, jantares e arruadas. Esta foi a primeira campanha eleitoral em período de covid-19 e é descrita, pela agência Lusa, como uma espécie de “tubo de ensaio” para as presidenciais de Janeiro e, eventualmente, as autárquicas de 2021.
Ainda assim, a campanha contou com líderes nacionais, como Catarina Martins (BE), Jerónimo de Sousa (PCP), Francisco Rodrigues dos Santos (CDS-PP), André Silva (PAN), João Cotrim Figueiredo (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega) e Gonçalo da Câmara Pereira (PPM). Rui Rio (PSD) esteve nos Açores nas vésperas do arranque oficial da campanha e o secretário-geral do PS, António Costa, não marcou presença na região autónoma.
A campanha assentou no apelo ao voto dos partidos da oposição para o fim da maioria absoluta do PS, enquanto os socialistas reclamaram ser o referencial de estabilidade.
O Partido Socialista governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo Partido Social Democrata, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.
O socialista Vasco Cordeiro, que se recandidata a um terceiro e último mandato, defendeu que o voto no partido é o que garante um "rumo firme, sério e experiente" para a região na superação da "tormenta" provocada pela pandemia de covid-19.
"A pior coisa que pode acontecer é ter três ou quatro que querem agarrar no leme" e rumar em diferentes sentidos, disse Vasco Cordeiro no final da campanha, em alusão aos partidos da oposição.
A eventual perda da maioria absoluta socialista foi tema recorrente dos partidos da oposição. O líder nacional do PSD, Rui Rio, disse que isso poderia ser visto como uma "meia vitória". O presidente do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, defendeu o seu projecto como "uma verdadeira alternativa” à governação socialista.
O coordenador do BE, António Lima, atacou recorrentemente o PS de Vasco Cordeiro, alegando que este não tem ideias e tem como programa apenas “manter-se no poder”.
O coordenador regional comunista, Marco Varela, pediu “mais votos e mais mandatos” para a CDU nas legislativas - a coligação que junta PCP e Os Verdes.
Como funcionam estas eleições?
Nestas eleições, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo regional de compensação, reunindo este os votos que não forem aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.
São Miguel, a maior ilha do arquipélago, elege 20 deputados; a Terceira elege 10 deputados; o Pico e Faial elegem quatro parlamentares; São Jorge, Santa Maria, Graciosa e Flores elegem três; o Corvo elege dois. Pelo círculo regional de compensação são atribuídos cinco mandatos.
As seis forças políticas que têm actualmente assento parlamentar (PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU e PPM) concorrem por todos os círculos. PAN, MPT, Aliança, Livre, Chega, Iniciativa Liberal e PCTP/MRPP também se apresentam a votos.
Para votar, estão inscritos 228.999 eleitores e já foi possível o voto antecipado, algo que até agora só era permitido nas eleições presidenciais, legislativas nacionais e europeias.
Em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, (30 mandatos no parlamento regional), contra 30,89% do PSD (19 mandatos), 7,1% do CDS-PP (4 mandatos), 3,6% do BE (2 mandatos), 2,6% da coligação PCP/PEV (um mandato) e 0,93% do PPM (um mandato).
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