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França/Política

Referendo em Nova Caledónia dá vitória ao "não" à independência

O arquipélago da Nova Caledónia votou  domingo, maioritariamente,  contra a independência da França.   Para a pergunta "Deseja que a Nova Caledónia aceda à soberania total e seja independente?", 53,3% dos votantes voltou a responder "não". Todavia os independentistas registam uma progressão.

Numa declaração solene, o Presidente Emmanuel Macron apelou domingo, 04 de Outubro de 2020, os neo-caledonianos a prepararem conjuntamente o futuro do território francês do sul do Pacífico,após o referendo que deu a vitória ao "não" à independência.
Numa declaração solene, o Presidente Emmanuel Macron apelou domingo, 04 de Outubro de 2020, os neo-caledonianos a prepararem conjuntamente o futuro do território francês do sul do Pacífico,após o referendo que deu a vitória ao "não" à independência. REUTERS - POOL
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Neste novo referendo, os habitantes da Nova Caledónia optaram mais uma vez pela manutenção dos laços com a França ao votarem  a 53,26% pelo "não"  à  independência do território do sudoeste do Pacífico, conhecido  pelo nome  de "caillou", o  calhau, mas os independentistas registam uma progressão.

No primeiro referendo sobre a autodeterminação organizado a 4 de Novembro de 2018, os anti-independentistas venceram  por  uma  margem superior, isto  é, 56,7%. Por  conseguinte, eles registaram um perda de três pontos.

Segundo observadores a referida perda de três pontos,reforça no seio dos independentistas kanakas  a ideia de  que  estão no bom caminho, na  perspectiva  de um terceiro referendo que poderá ter lugar daqui a 2022.

Pascal Sawa, autarca da municipalidade neo-caledoniana de Houaïlou e membro da independentista Frente de Libertação Nacional Kanak e Socialista (FLNKS)  declarou a  agência France Presse, respeitar o resultado do referendo e ter a esperança de que a independência virá em 2022.

O  acordo de  Nouméa, assinado em 5 de Maio de 1998  sob a égide do então Primeiro-ministro Lionel Jospin, que prevê a transferência da França para a Nova Caledónia de diversas competências, excepto a defesa, a segurança,a justiça e a moeda, estipula igualmente que a evolução política do território  será tomada em consideração. Neste âmbito foi estabelecido a organização de referendos, sobre o  acesso da Nova Caledónia  à sua total autonomia.  

 

Assinado em Nouméa, o citado acordo reconhece os kanakas como legítimo povo autóctene da NovaCaledónia, bem como a legitimidade dos habitantes oriundos da colonização.

O  escrutínio, de  Domingo foi  marcado por  uma forte afluência às urnas, com uma participação histórica de 85,54% de eleitores.

 

Em Paris, o Presidente Emmanuel Macron  expressou o  seu  "reconhecimento" aos neo-caledonianos que confirmaram  o seu desejo de permanecer como parte da França.

O chefe de Estado francês sublinhou que,  se o Congresso nacional assim o decidir, terá lugar daqui  a 2022 um

novo referendo  que selará definitivamente os laços da Nova Caledónia com a  República Francesa ou  proclamará a sua  independência.

Segundo o presidente Macron, tudo dependerá da escolha dos neo-caledonianos,  que ele apelou Domingo a  preparar conjuntamente o futuro do território, último bastião dos europeus na região do sul do Pacífico.

 

Pierre-Christope Pantz, especialista em geopolítica qualificou de surpreendentes os resultados do escrutínio de Domingo  que,  segundo  ele, confirmam  uma verdadeira progressão do "sim" à independência em todas as municipalidades do território francês situado à 18.000 kms de Paris, com uma população de 270.000 habitantes e cuja capital é Nouméa.

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Referendo na Nova Caledónia dá vitória ao "não" à independência 04 10 2020

 

   

 

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