Referendo em Nova Caledónia dá vitória ao "não" à independência
O arquipélago da Nova Caledónia votou domingo, maioritariamente, contra a independência da França. Para a pergunta "Deseja que a Nova Caledónia aceda à soberania total e seja independente?", 53,3% dos votantes voltou a responder "não". Todavia os independentistas registam uma progressão.
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Neste novo referendo, os habitantes da Nova Caledónia optaram mais uma vez pela manutenção dos laços com a França ao votarem a 53,26% pelo "não" à independência do território do sudoeste do Pacífico, conhecido pelo nome de "caillou", o calhau, mas os independentistas registam uma progressão.
No primeiro referendo sobre a autodeterminação organizado a 4 de Novembro de 2018, os anti-independentistas venceram por uma margem superior, isto é, 56,7%. Por conseguinte, eles registaram um perda de três pontos.
Segundo observadores a referida perda de três pontos,reforça no seio dos independentistas kanakas a ideia de que estão no bom caminho, na perspectiva de um terceiro referendo que poderá ter lugar daqui a 2022.
Pascal Sawa, autarca da municipalidade neo-caledoniana de Houaïlou e membro da independentista Frente de Libertação Nacional Kanak e Socialista (FLNKS) declarou a agência France Presse, respeitar o resultado do referendo e ter a esperança de que a independência virá em 2022.
O acordo de Nouméa, assinado em 5 de Maio de 1998 sob a égide do então Primeiro-ministro Lionel Jospin, que prevê a transferência da França para a Nova Caledónia de diversas competências, excepto a defesa, a segurança,a justiça e a moeda, estipula igualmente que a evolução política do território será tomada em consideração. Neste âmbito foi estabelecido a organização de referendos, sobre o acesso da Nova Caledónia à sua total autonomia.
Assinado em Nouméa, o citado acordo reconhece os kanakas como legítimo povo autóctene da NovaCaledónia, bem como a legitimidade dos habitantes oriundos da colonização.
O escrutínio, de Domingo foi marcado por uma forte afluência às urnas, com uma participação histórica de 85,54% de eleitores.
Em Paris, o Presidente Emmanuel Macron expressou o seu "reconhecimento" aos neo-caledonianos que confirmaram o seu desejo de permanecer como parte da França.
O chefe de Estado francês sublinhou que, se o Congresso nacional assim o decidir, terá lugar daqui a 2022 um
novo referendo que selará definitivamente os laços da Nova Caledónia com a República Francesa ou proclamará a sua independência.
Segundo o presidente Macron, tudo dependerá da escolha dos neo-caledonianos, que ele apelou Domingo a preparar conjuntamente o futuro do território, último bastião dos europeus na região do sul do Pacífico.
Pierre-Christope Pantz, especialista em geopolítica qualificou de surpreendentes os resultados do escrutínio de Domingo que, segundo ele, confirmam uma verdadeira progressão do "sim" à independência em todas as municipalidades do território francês situado à 18.000 kms de Paris, com uma população de 270.000 habitantes e cuja capital é Nouméa.
Referendo na Nova Caledónia dá vitória ao "não" à independência 04 10 2020
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