Estados Unidos: Procurador-geral compara confinamento a escravatura
William Barr, procurador-geral norte-americano e apoiante do Presidente Donald Trump, afirmou que as medidas sanitárias para enfrentar a pandemia de Covid-19, como o confinamento, acabam por ir contra as liberdades individuais, admitindo que «esta é a maior das violações às liberdades cívicas da história norte-americana».
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Declarações controversas do procurador-geral dos Estados Unidos que não tardaram a provocar reacções nos diferentes quadrantes da política norte-americana.
Para William Barr «decretar um confinamento nacional, tomar medidas de quarentena, é como ficar em prisão domiciliária». O procurador foi mais longe e acrescentou que «além da escravatura, que foi um tipo diferente de restrição, esta é a maior das violações às liberdades cívicas da história norte-americana», concluiu Barr, que falava num estabelecimento de ensino ligado aos conservadores no Michigan.
As reacções não tardaram. James Clyburn, representante afro-americano do Partido Democrata na Câmara dos Representantes, afirmou que a declaração de «Barr é a mais ridícula e a mais desconectada da realidade» que ouviu. «É incrível que aquele que garante o respeito do direito neste país, faça uma ligação entre a escravatura e os conselhos de especialistas para salvar vidas. A escravatura não servia para salvar vidas. Tinha como objectivo a desvalorização da vida», acrescentou.
Nos Estados Unidos, os diferentes estados impuseram confinamentos de níveis e durações diferentes. O próprio presidente Donald Trump sempre recusou um confinamento nacional de forma a travar a propagação da pandemia que no país já tirou a vida a mais de 200 000 pessoas.
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